EUA pedem que Canadá use poderes federais para encerrar protestos antivacina

EUA pedem que Canadá use poderes federais para encerrar protestos antivacina
Atos estão bloqueando uma importante passagem na fronteira entre os dois países Os Estados Unidos pediram ao primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, para usar os poderes do governo federal e encerrar o protesto de caminhoneiros contra as restrições de combate à covid-19 que está bloqueando uma importante passagem na fronteira entre os dois países.

Na quinta-feira (10) foi o quarto dia consecutivo em que os caminhoneiros que participam do “Comboio da Liberdade” fecharam a Ambassador Bridge, que liga a cidade canadense de Windsor a Detroit, interrompendo o comércio entre os dois países.

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O bloqueio está forçando montadoras de automóveis a fechar. Toyota, Ford e General Motors estão entre as que anunciaram nos últimos dias que suspenderiam as operações de algumas de suas fábricas por falta de peças para os veículos.

A Casa Branca informou na noite de ontem que os secretários de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas, e o de Transportes, Pete Buttigieg, conversaram com representantes do governo do Canadá e pediram para ajudar a resolver o impasse.

O ministro da Segurança Pública do Canadá, Marco Mendicino, disse que agentes da polícia real montada estavam sendo enviados a Windsor, Ottawa e Coutts, na província de Alberta, onde outro bloqueio de fronteira está ocorrendo.

Trudeau se reuniu virtualmente com líderes da oposição canadense ontem e disse que conversou com o prefeito de Windsor. O gabinete do premiê disse que “há disposição de responder” da forma como for preciso para acabar com os bloqueios.

Enquanto isso, o governador da província de Ontário, Doug Ford, decidiu cortar o dinheiro dos protestos ao pedir a um tribunal que congelasse milhões de dólares que foram doados aos manifestantes por meio de um site de financiamento coletivo.

Autoridades canadenses já conseguiram que o GoFundMe interrompesse as doações, citando violações dos termos de serviço do site, após os organizadores dos protestos terem usado o site para arrecadar cerca de US$ 7,8 milhões.

Com o aumento da pressão política e econômica, o prefeito de Windsor, Drew Dilkens, anunciou que a cidade recorrerá à Justiça para conseguir uma liminar que a autorize a acabar com o bloqueio dos caminhoneiros. “O dano econômico não é sustentável e deve acabar”, disse ele.

Nos EUA, as autoridades se preparam para a possibilidade de protestos semelhantes inspirados pelo movimento canadense. Paris e Bélgica já proibiram bloqueios de estradas, previstos para os próximos dias, para evitar interrupções no tráfego de veículos.

A ponte Ambassador é a passagem de fronteira mais movimentada entre os EUA e o Canadá, transportando cerca de 25% do comércio entre os dois países. Com isso, o bloqueio teve um rápido impacto em alguns setores da economia.

A Ford disse que reabriu sua fábrica em Windsor ontem depois de fechá-la na quarta-feira por falta de peças. No entanto, outras duas fábricas em Oakville, perto de Toronto, estão operando com capacidade reduzida.

Já a GM enviou trabalhadores de uma fábrica de picapes em Flint, em Michigan, devido à escassez de peças. A Toyota disse que três de suas fábricas em Ontário ficariam fechadas pelo resto da semana. Stellantis e Honda também foram afetadas pelo bloqueio.

A governadora de Michigan, Gretchen Whitmer, também pediu que as autoridades canadenses resolvam o problema. “Está atingindo os trabalhadores e as linhas de produção. Isso é inaceitável”, disse ela.

Pessoas bloqueiam a rodovia 75 com caminhões pesados ??e equipamentos agrícolas e acesso à fronteira Canadá-Estados Unidos em Emerson, Manitoba

John Woods/The Canadian Press via AP