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Por ômicron, famílias devem redobrar proteção das crianças dentro e fora da escola e evitar festas, dizem infectologistas

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Em "Live do Valor", Renato Kfouri e Alberto Chebabo afirmaram que contaminações pela variante omicrôn no país tem atingido as crianças mais do que as variantes dominantes nas ondas anteriores da pandemia A alta de contaminações pela variante omicrôn no país tem atingido as crianças mais do que as variantes dominantes nas ondas anteriores da pandemia. E a volta às aulas nas redes públicas e privadas pode levar a um aumento no ritmo das infecções nessa faixa da população. Ainda assim, especialistas afirmam que é melhor que as crianças voltem às aulas e que as escolas tentem ao máximo seguir recomendações que reduzem a exposição das crianças ao vírus.

Ao mesmo tempo, famílias devem redobrar a atenção em relação a medidas de proteção dentro e fora da escola e evitar festas e eventos em locais fechados, enquanto a variante do coronavírus circular aceleradamente por muitas regiões do Brasil.

Foram essas algumas das mensagens enfatizadas ontem durante a "Live do Valor" pelo pediatra e infectologista Renato Kfouri, presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, e pelo infectologista Alberto Chebabo, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia.

"Em dezembro e janeiro eu atendi mais casos de covid na pediatria do consultório do que em dois anos de pandemia. Nunca vi tanta criança infectada", disse Kfouri na entrevista.

Alberto Chebabo, infectologista e presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, e o pediatra infectologista e presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, Renato Kfouri.

Reproducao/Youtube

As explicações para isso são o fato de que essa é agora a faixa etária menos imunizada no Brasil e nos demais países; e também porque, diferentemente do que ocorreu em outros picos de contaminação, as crianças e suas famílias, agora, não estão mais resguardadas em casa -- ao contrário, estão, em muitos casos com a guarda excessivamente baixa, na avaliação de muitos médicos.

Kfouri e Chebabo insistem na importância da vacinação infantil -- iniciada no Brasil há algumas semanas.

"O que é importante lembrar é que quando a gente compara covid-19 na pediatria com outras doenças na faixa pediátrica, a desproporção é muito grande. Nós temos muito mais casos graves de covid-19 em crianças do que de hepatite, de febre amarela, sarampo, coqueluche, doenças meningocócica, diarreia. Ou seja, não é desprezível a carga da doença na população pediátrica", disse Kfouri.

A conclusão é óbvia: "Nós temos justificativas de sobra para vacinar as crianças."

Mas com a vacinação infantil ainda em seu início no Brasil, muitas crianças voltam à sala de aula sem sequer a primeira dose.

" A gente sabe que existe um risco de transmissão na escola como existe um risco em qualquer outra atividade", afirmou Chebabo, acrescentando que grande parte da contaminação do público infantil ocorre dentro de casa por meio de algum parente próximo que tenha se contaminado.

Kfouri acrescenta: "Quando olhamos à nossa volta e vamos todos nos contaminando numa velocidade muito grande é natural que o impacto (em relação às contaminações) da volta às aulas vai ser maior também. E em momentos que temos baixa circulação do vírus existem menos casos dentro das escolas".

Os dois médicos repetem o que especialistas em saúde e também em educação têm dito: é preferível que as crianças voltem às salas de aula a despeito desse ambiente de muitas contaminações.

"As crianças já foram muito penalizadas com afastamento das escolas e isso traz prejuízos não só para a questão educacional, mas também para a questão cognitiva, do desenvolvimento", lembrou Alberto Chebabo.

Minimizando os riscos

Para mitigar os riscos dentro das escolas, as recomendações são já bem conhecidas: salas ventiladas, atividades ao ar livre, uso constante de máscara, distanciamento sempre que possível, higiene das mãos e vacinação.

Além desses cuidados, Chebabo chama atenção para o comportamento que as famílias deveriam ter também fora do ambiente escolar neste momento.

"Aglomerações que sejam desnecessárias como festas, reuniões de família, neste momento de alta transmissão, acho que deveriam ser evitados, remarcados. (Estar) em eventos como shows, locais de alta concentração de pessoas, no momento de alta transmissão vai fazer com que você se exponha e exponha pessoas à sua volta de uma forma desnecessária", disse ele na entrevista.

As estimativas têm variado sobre quando começará a haver um recuo consistente e generalizado de casos de covid pelo país. Mas muitos especialistas falam em fim de fevereiro, início de março.

Renato Kfouri recomenda cautela. “Já temos subvariantes da ômicron aparecendo, mas não sabemos que tipo de escape eventual essa variante da ômicron vai ter da imunidade conferida por essa primeira infecção", disse ele. "É temeroso fazer previsões muito assertivas porque às vezes nós nos surpreendemos e não seria a primeira vez que nós nos surpreenderíamos com algum comportamento epidemiológico diferente da covid-19".

Fonte: Valor Invest

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