Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro operam no campo positivo nesta quarta-feira, 19, impulsionados pela alta recorde no barril de petróleo. No cenário doméstico, investidores analisam os impactos que a disparada da commoditie pode ter sobre a inflação com novos reajustes dos combustíveis e acompanham os desdobramentos das mobilizações de servidores federais por aumentos salariais. Por volta das 13h, o dólar registrava forte queda de 1,68%, a R$ 5,467. Caso a tendência se confirme, a divisa norte-americana fechará abaixo de R$ 5,50 pela primeira vez em mais de dois meses. O câmbio chegou a bater a mínima de R$ 5,466, enquanto a máxima não passou de R$ 5,553. Seguindo o bom humor internacional, o Ibovespa, referência da B3, operava com alta de 1,62%, aos 108.391 pontos, o melhor patamar em cerca de um mês.
Investidores em todo o mundo acompanham a trajetória de alta do barril do petróleo ao maior patamar em sete anos em meio às tensões geopolíticas e alta da demanda. No início desta tarde, o barril Brent, usado como referência da Petrobras, registrava alta de mais de 1%, comercializado acima de US$ 88. O avanço puxa o setor de commodities, o principal nicho deas exportações brasileiras, mas também acende a preocupação sobre os impactos na inflação. Os combustíveis foram os grandes vilões da variação de preços em 2021, e podem manter o protagonismo nos próximos meses com tendência de reajustes da Petrobras devido à política de paridade internacional.
Os agentes do mercado financeiro também acompanham os desdobramentos que a paralisação geral de servidores nesta terça-feira, 18, terá nas negociações por reajustes. Os atos foram liderados pelo Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), que reúne 37 entidades associativas e sindicais e representa mais de 200 mil servidores. A equipe econômica se posicionou contrária à concessão após o presidente Jair Bolsonaro (PL) sinalizar reajustes apenas para a categoria de segurança pública. As repercussões negativas, no entanto, levaram o governo a mudar o discurso e indicar que não será dado nenhum aumento. Análises dentro e fora do governo dão como certa a quebra do teto de gastos caso Bolsonaro autorize os reajustes. A medida deve levar ao recrudescimento da percepção de expansão dos gastos públicos, impactando diretamente na manutenção da inflação elevada e na necessidade de aperto dos juros.
Fonte: Jovem Pan