O dólar fechou em alta nesta terça-feira, 19, com investidores repercutindo as falas de Janet Yellen, próxima secretária do Tesouro dos Estados Unidos, e com o primeiro dia de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) no radar dos investidores. A divisa norte-americana encerrou com avanço de 0,77%, a R$ 5,345. A divisa começou o dia desvalorizada, chegando a valer R$ 5,244, enquanto a máxima bateu em R$ 5,363. O dólar encerrou a véspera com recuo de 0,01%, cotado em R$ 5,304. Apesar do clima positivo nos mercados globais, a Bolsa de Valores brasileira perdeu o fôlego no fim da manhã e fechou em baixa. O Ibovespa, principal índice da B3, encerrou o pregão com queda de 0,50%, aos 120.636 pontos. Em determinados momentos, a Bolsa brasileira chegou a operar abaixo dos 119 mil pontos. Na véspera, o pregão fechou com avanço de 0,74%, aos 121.241 pontos.
A secretária do Tesouro indicada pelo presidente eleito, Joe Biden, apresentou aos senadores norte-americanos os principais projetos para a recuperação fiscal da maior economia do mundo após a grave crise gerada pelo novo coronavírus. Ex-presidente do Banco Central dos EUA (Fed, na sigla em inglês), Janet Yellen defendeu o pacote de ajuda na casa de US$ 1,9 trilhão para mitigar os efeitos da pandemia da Covid-19. Entre os principais pontos da ajuda fiscal, Yellen ressaltou o aumento do salário mínimo para US$ 15 por hora, ante os US$ 7,25 pagos atualmente. O pacote para estímulo econômico inclui US$ 350 bilhões para ajudar estados e municípios a superarem os déficits orçamentários; cerca de US$ 1 trilhão em auxílio direto às famílias; e cerca de US$ 440 bilhões para pequenas empresas e comunidades atingidas pela pandemia. Também haverá a distribuição de cheques no valor US$ 1,4 mil para os norte-americanos, superando os de US$ 600 emitidos no último pacote do congresso. O projeto também contempla US$ 400 de auxílio-desemprego por semana, superior aos US$ 300 semanais, estendido até setembro.
No cenário doméstico, investidores analisaram a falta de organização no início da vacinação no Brasil. Apesar de o governo federal ter anunciado que a imunização iria iniciar em todo o país nesta segunda, 20, diversos estados tiveram que atrasar o cronograma porque as doses não chegaram a tempo. Segundo o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, a falta de entrega é justificada por mudanças na logística. Também constou no radar o início da reunião do Copom e os debates sobre a taxa de juros básica da economia brasileira. A expectativa do mercado é a manutenção da Selic em 2% ao ano, o patamar mais baixo da história. Apesar do consenso sobre o congelamento da taxa por mais um período, investidores aguardam pelo recado que o Banco Central fará nesta quarta, 20, sobre o possível fim do foward guidance — a estratégia de não subir os juros —, já no próximo encontro, agendado para 16 e 17 de março.
Fonte: Banda B