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Ibovespa tem forte queda com temor global por nova variante do coronavírus

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O pregão foi marcado por uma ampla aversão a ativos de risco, que derrubou os preços do petróleo e desencadeou um forte movimento de vendas nas ações locais. O mesmo comportamento das ações aconteceu nas principais praças europeias e com os índices americanos A sequência de três pregões de ganhos para o Ibovespa foi interrompida pela forte onda de aversão a risco que varreu os mercados globais nesta sexta-feira. Diante da descoberta de uma nova variante do coronavírus na África do Sul e dos impactos ainda incertos que a cepa pode provocar na recuperação da economia global, os agentes financeiros reduziram amplamente a exposição a ações hoje, movimento que levou o Ibovespa a mais uma semana de perdas acumuladas.

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O principal índice local da bolsa de valores brasileira terminou o dia em queda de 3,39%, aos 102.224 pontos, novamente próximo dos menores níveis de fechamento de 2021, de 102.122 pontos. Durante o pregão, o índice voltou a registrar mínimas no ano, ao marcar 101.736 pontos. O volume negociado dentro do índice foi de R$ 20,34 bilhões, abaixo da média diária anual de R$ 23 bilhões.

No acumulado da semana, o índice recuou 0,79%, com saldo negativo de 1,23% no mês de novembro. Até aqui, em 2021, o Ibovespa anota queda de 14,11%.

A queda da bolsa local esteve em linha com os principais índices acionários do mundo. Em pregão reduzido pelo feriado do Dia de Ação de Graças em Wall Street, o Dow Jones recuou 2,53%, o S&P 500 caiu 2,27% e o Nasdaq perdeu 2,23%. Na Europa, o Stoxx 600 fechou em baixa de 3,67%, com quedas de 4,15% em Frankfurt, 3,64% em Londres e 4,75% em Paris.

A variante B.1.1.529, batizada de ômicron pela Organização Mundial da Saúde (OMS), causa preocupações porque possui um número elevado de mutações, o que significa que apresenta características diferentes da versão do vírus que as vacinas foram projetadas para combater. De ontem para hoje, diversos países anunciaram restrições a voos da África para tentar conter a rápida disseminação da nova cepa.

Além das preocupações com os possíveis impactos econômicos de um novo cenário de restrições à atividade econômica e distanciamento social, a notícia pegou os investidores no contrapé, já que veio em meio a um dos feriados mais importantes dos Estados Unidos, o Dia de Ação de Graças. Assim, os movimentos observados nos mercados hoje podem ter sido exacerbados pela liquidez reduzida, característica deste período do ano.

"O nível de preços também é uma questão. O mercado estava nas máximas históricas e todo mundo parecia muito alocado, esperando o tradicional rali de fim de ano. Além disso, a alocação em ativos mais cíclicos, como o petróleo, era muito grande", explica Alex Gonçalves, gestor de ações globais da RPS Capital.

"Com o mercado esticado desse jeito, chegou mais uma variante. Ninguém sabe ainda qual é o tamanho do problema e com vários ativos de risco nas máximas históricas, em um momento de liquidez baixa, o mercado deu sinais de pânico", afirma Gonçalves.

A onda vendedora atingiu em cheio as ações brasileiras e nenhum dos 91 ativos que compõem o Ibovespa encerrou o pregão em alta. As quedas mais expressivas foram observadas nas ações de companhias aéreas e turismo, que podem voltar a ter suas atividades ameaçadas por novas restrições.

Azul PN encerrou a sessão em queda de 13,78%, enquanto os papéis da Gol PN recuaram 11,17%. CVC ON perdeu 10,95%. A fabricante de aeronaves Embraer ON recuou 8,27%.

Empresas de commodities também anotaram perdas expressivas, diante das incertezas relacionadas ao crescimento global. As ações da PetroRio ON fecharam em baixa de 9,19%, em linha com as perdas de 11,55% observadas nos preços do barril de petróleo Brent. Petrobras ON caiu 4,10%, enquanto Petrobras PN recuou 3,31%.

Segundo Gonçalves, da RPS, será preciso acompanhar a trajetória do vírus e aguardar os pareceres de cientistas e pesquisadores para compreender quais serão os efeitos da nova cepa do coronavírus na atividade global.

"O problema é que o tempo dos mercados não é o mesmo tempo da ciência", diz o gestor. Assim, ainda deve levar alguns dias para que os investidores consigam avaliar se a dinâmica dos ativos financeiros vai se assemelhar mais àquela que ocorreu quando a variante delta se espalhou rapidamente pelo mundo, em meados do ano, ou se poderemos ter dias de estresse mais agudo nos mercados, como durante o auge da pandemia, em março de 2020.

De qualquer modo, a depender da trajetória do vírus, o efeito pode ser o de retardar os processos de retirada de estímulos nos países desenvolvidos, segundo Gonçalves.

"Hoje você teve um fechamento das curvas de juros no mundo inteiro. Em um novo cenário de estresse agudo e, após muito estímulo fiscal nas principais economias, a primeira ferramenta agora seria a monetária. Assim, os BCs podem não entregar todas as altas de juros que vinham projetando recentemente e foi isso que o mercado refletiu hoje", conclui.

Pixabay

Fonte: Valor Invest

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