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China está aberta a negociação sobre subsídios industriais, diz Xi

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País quer aderir ao Acordo Abrangente e Progressivo para a Parceira Transpacífica (CPTPP) O presidente da China, Xi Jinping, disse nesta quinta-feira está aberto a negociar temas como subsídios industriais e apoio a empresas estatais para que o país seja aceito no Acordo Abrangente e Progressivo para a Parceira Transpacífica (CPTPP, na sigla em inglês).

O movimento ocorre após o pedido feito pela China, em setembro, para aderir ao CPTPP, uma ação vista como uma tentativa de Pequim de minar o papel dos Estados Unidos na defesa do livre comércio. Os EUA foram um dos responsáveis pelo acordo – que inclui aliados como Austrália, Canadá e Japão – sob o governo de Barack Obama, mas deixaram o tratado por decisão de Donald Trump.

Em um discurso transmitido virtualmente na China Internacional Import Expo, uma feira comercial de seis dias em Xangai, Xi também prometeu se concentrar mais nas importações e a promover um comércio equilibrado, mesmo com as incertezas sobre o futuro do acordo de “Fase Um” com os EUA, que expira em dezembro.

“A China terá uma atitude ativa e aberta nas negociações sobre questões como economia digital, comércio e meio ambiente, subsídios industriais e empresas estatais”, disse Xi a autoridades e empresários.

O presidente Xi Jinping fala durante cerimônia em Pequim, na China

Yan Yan/Xinhua via AP

“[Isso é] para defender a posição do regime de que o comércio multilateral é o principal canal para o estabelecimento de regras internacionais e salvaguardar a estabilidade das cadeias globais industriais e de abastecimento.”

Tal esforço é parte da intenção da China de “promover firmemente a abertura [comercial] de alto padrão”, continuou Xi. Segundo ele, a China se envolverá na cooperação internacional para promover a economia digital e o desenvolvimento verde de baixo carbono, além de “trabalhar ativamente” para aderir ao CPTPP.

Defensores do CPTPP dizem que o acordo traz uma liberalização de mercado de alto nível, diferente de qualquer outro tratado comercial, por incluir compras governamentais e propriedade intelectual. Mas a aplicação do CPTPP pela China está longe de ser garantida, já que a economia do país é fortemente controlada por empresas estatais e por um setor privado cada vez mais regulamentado.

Mesmo assim, Xi disse que a China reduzirá as barreiras ao investimento estrangeiro, oferecendo abrir gradualmente os setores de telecomunicações e de saúde. Para promover as importações e o equilíbrio comercial, Pequim criará mais zonas para promover a inovação comercial e facilitar o comércio eletrônico.

Graças ao acordo de “Fase Um”, as exportações de produtos americanos para a China se recuperaram em 2020, com crescimento de 18%, para US$ 123 bilhões, de acordo com o District Export Report, divulgado neste mês pelo Conselho de Negócios EUA-China.

Embora as autoridades dos dois países tenham se reunido nas últimas semanas, há poucos sinais de relaxamento nas tensões bilaterais. Recentemente, a represente comercial dos EUA, Katherine Tai, prometeu ter um “relacionamento sóbrio” com a China.

“É improvável que os dois lados façam progressos tangíveis em questões comerciais importantes. É improvável que os EUA sinalizem apoio para redução de tarifas e menos ainda para relaxar as restrições de tecnologia de uma maneira que estimule Pequim a um engajamento sério antes das eleições legislativas do próximo outono”, disse em nota a consultoria Eurasia Group.

O discurso de Xi ocorre em um momento em que a China e outros nove países da região Ásia-Pacífico avançam na implementação da Parceria Econômica Abrangente Regional (RCEP, na sigla em inglês), o maior acordo comercial do mundo, que deve entrar em vigor em janeiro.

O acordo pode abrir o mercado chinês e estabilizar sua cadeia industrial e de suprimentos, disse nesta quinta-feira o Ministério do Comércio da China.

O RCEP é visto como uma vitória geopolítica para a China, que provavelmente usará seu poderio econômico para aproximar os países membros, criando uma relação de interdependência.

Fonte: Valor Invest

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