“Corremos risco de daqui a alguns anos tentar vender os Correios e isso não ser mais possível” O ministro das Comunicações, Fábio Faria, disse nesta quinta-feira que a receita dos Correios com a entrega de encomendas está caindo ano a ano por falta de investimentos e que, se a empresa não for privatizada, poderá ficar sem recursos para garantir o serviço em todo o país.De acordo com Faria, o momento atual é uma das janelas de oportunidade possíveis para a venda da estatal, em face do crescente avanço tecnológico no setor. “Corremos risco de daqui a alguns anos tentar vender os Correios e isso não ser mais possível”, afirmou. “O que me preocupa é que estamos próximos do período eleitoral e isso não pode afetar um patrimônio do brasileiro.”Segundo o ministro, a entrada de novas empresas de e-commerce no mercado e a modernização do setor fizeram com que a competitividade dos Correios diminuísse.Fábio Faria Pablo Jacob/Agência O Globo“Pelo respeito ao teto de gastos, caso a receita de encomendas for caindo de forma significativa como vem caindo, por falta de investimentos, podemos descumprir o que manda a Constituição em poucos anos, que é o dever de atender todos os brasileiros com o serviço postal”, afirmou Faria no "4º Forum CNT de Debates, Desestatização dos Correios: Oportunidades e Desafios para o Brasil"Faria disse ainda que os Correios são um orgulho nacional e que os carteiros chegam a 95% dos brasileiros. “Por outro lado, chegou a modernização e chegaram novas empresas no Brasil”, afirmou.“Os Correios não só entregam cartas, mas também encomendas. A receita de encomendas faz com que a gente preserve os serviços postais. Mas os números são assustadores, essas empresas têm conseguido ganhar um market share que é dos Correios a cada ano”, acrescentou o ministro.Segundo ele, a participação dos Correios na entrega de encomendas vem caindo em torno de 10% a 20% ao ano. A exceção teria sido 2020, mas por conta da pandemia.O projeto de lei que torna possível a privatização dos Correios foi aprovado na Câmara dos Deputados e agora está em discussão no Senado.
Fonte: Valor Invest
