O presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz (PSD-AM), marcou para a quarta-feira, 30, o depoimento presencial de Carlos Wizard Martins. A decisão ocorreu após a defesa do empresário enviar, nesta segunda-feira, 21, um e-mail para o parlamentar pedindo a realização de um audiência a fim de discutir uma nova data da oitiva. Wizard seria inicialmente ouvido na quinta-feira, 17, mas não compareceu. Por isso, a cúpula da comissão pediu, e a Justiça autorizou, a apreensão de seu passaporte. Ele é apontado como membro do suposto gabinete paralelo que assessorava o presidente Jair Bolsonaro para a definição de políticas públicas de enfrentamento à crise sanitária causada pela pandemia do novo coronavírus.
O advogado de Wizard pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que barrasse a condução coercitiva, mas o pleito foi negado pelo ministro Luís Roberto Barroso. O magistrado concedeu ao empresário o direito de ficar em silêncio para não produzir provas contra si mesmo, mas não o isentou de comparecer. Mesmo assim, o depoimento marcado para a quinta-feira, 17, não ocorreu. “O que me espanta é conseguir um habeas corpus para ficar em silêncio e não aparecer. Por que foi ao Supremo, se não vinha? O ministro Barroso, com certeza, tem muitos afazeres dentro de seu trabalho como ministro do STF. Ele concede um habeas corpus ao Wizard, uma medida legal, e nós respeitamos as medidas do STF, mas o senhor Carlos Wizard tem que entender que a Justiça brasileira tem outras coisas para fazer. Ele não pode levar o STF na brincadeira. O senhor Carlos Wizard está achando que conseguir habeas corpus é como ir na quitanda comprar bombom. É uma falta de respeito com o Supremo Tribunal Federal”, disse Omar Aziz.
Como a Jovem Pan mostrou, a Polícia Federal (PF) foi à residência de Wizard, em Campinas (SP), na quinta-feira, 17, mas não o encontrou. No local, segundo relatou o delegado Flavio Vieitez Reis em documento obtido pela reportagem, um funcionário afirmou que não via o empresário “há algum tempo”. Na sequência, os policiais foram até uma empresa ligada à filha de Carlos Wizard, também em Campinas. No local, a equipe da PF foi informada de que o empresário “se encontra fora do Brasil”. No início da semana, os advogados de Wizard encaminharam aos senadores uma foto de seu passaporte que mostra o ingresso nos Estados Unidos no dia 30 de março deste ano. O delegado informou à CPI que não há registro de “movimento migratório de retorno”.
Fonte: Jovem Pan