O deputado federal Ricardo Barros, líder do governo na Câmara dos Deputados, avalia que a CPI da Covid-19 no Senado Federal não vai conseguir provar uma possível falha de atuação do governo federal no enfrentamento à pandemia de Covid-19. Para o parlamentar, o colegiado não encontrou ainda nenhuma posição, documento ou declaração “bombástica”. “Tanto que está chamando de novo o ministro Queiroga, chamando de novo o ministro Pazuello, porque até agora não achou nada. Os principais depoimentos da CPI já aconteceram e não aconteceu o impacto que eles esperavam nem na formação de opinião pública, nem de conteúdo para o relatório do senador Renan Calheiros”, pontuou, opinando que as próximas semanas do colegiado devem apenas ampliar a contradição dentro da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). “Acho que a CPI já causou o seu impacto político inicial e daqui para frente vai apenas aumentar a sua própria contradição, porque passará a ouvir pesos que discordam da linha de raciocínio da CPI são pessoas qualificadas, mestradas e doutoradas”, completou o deputado.
Ricardo Barros considera que um dos motivos para o insucesso do colegiado é a característica de novidade do coronavírus, o que aumenta as incertezas. “A CPI não vai provar se o governo errou ou não porque a Covid-19 é uma coisa muito nova e ninguém tem certeza do que é certo e do que é errado, ninguém tem absolutamente certeza se um medicamento faz ou não o efeito adequado ou tem feitos colaterais inadequados. Isso demora tempo”, pontuou em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan. O líder do governo na Câmara também questionou a eficácia do uso de máscaras, afirmando que “não existe nenhum estudo que prove que a máscara diminua a contaminação”. “Não tem nada que prove isso, a gente acha que é bom e todo mundo usa”, disse. O uso do item de proteção é indicado por autoridades sanitárias e pela própria Organização Mundial da Saúde (OMS), sendo obrigatório em espaços públicos. Estudo da Universidade de São Paulo (USP) já demonstrou que máscaras cirurgias do tipo PFF2 e N95 conseguem filtras até 98% das partículas virais, enquanto as produzidas com TNT ficam de 80% a 90% e a as de tecido em média com índice de 40% de filtragem.
Ainda durante a entrevista à Jovem Pan, Ricardo Barros comentou sobre as manifestações contra o governo ocorridas neste sábado em todo o país. Na visão do parlamentar, os atos favoráveis e desfavoráveis ao presidente Jair Bolsonaro mostram a polarização do país e antecipam o processo eleitoral de 2022. “As pessoas estão se posicionando, clara possibilidade de uma eleição de 2º turno entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula“, afirmou. “Uma reação para não permitir que a versão positiva do movimento pró Bolsonaro fique na mente das pessoas. Como movimentos foram significativos, procurou causar o contraponto. É absolutamente normal, mas esse movimento [deste sábado] foi reação ao movimento prestigiado do presidente Bolsonaro.”
Fonte: Jovem Pan