Os militares que orquestraram um golpe de Estado no Mali libertaram o presidente Bah Ndaw e o primeiro-ministro Moctar Ouané nesta quinta-feira, 27. Os dois políticos foram depostos e estavam aprisionados em um complexo militar desde o início da semana, quando o coronel Assimi Goita assumiu o poder do país. As libertações parecem ser resultado da mediação da Comunidade dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que enviou uma missão a Bamako horas após o anúncio do golpe. O chefe da missão, que é o ex-presidente nigeriano Goodluck Jonathan, teria inclusive se encontrado com Ndaw e Ouané nesta quarta-feira, 26. No mesmo dia, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) exigiu “a libertação imediata e incondicional de todos os responsáveis detidos”, ao mesmo tempo em que instou os soldados a “regressarem sem demora aos seus quartéis”.
Em 18 de agosto de 2020, o coronel Assimi Goita liderou um golpe de Estado no Mali que destituiu o então presidente Ibrahim Boubacar Keita. No final de setembro, a junta militar conhecida como Comitê Nacional de Salvação do Povo nomeou Bah Ndaw como presidente de transição por um período de 18 meses. Nessa ocasião, o comitê foi dissolvido, mas os membros militares foram nomeados para cargos no governo transitório. Porém, no último dia 14 Ndaw decidiu dissolver o primeiro governo de transição e encarregou o primeiro-ministro Moctar Ouané de formar um novo, mais inclusivo e que integrasse representantes de diferentes partidos políticos e da sociedade civil. A principal suspeita é que a nova formação anunciada há pouco desagradou os militares e causou um segundo golpe militar na última segunda-feira, 24.
*Com informações da EFE
Jovem Pan