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Aleksander Lukashenko

Presidente de Belarus, Alexander Lukashenko defende desvio de voo e prisão de jornalista


O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, defendeu o desvio forçado do voo da Ryanair e a consequente prisão do jornalista Roman Protasevich e da sua namorada russa Sofiya Sapega. Em discurso dirigido aos parlamentares nesta quarta-feira, 26, o presidente afirmou ter agido dentro das normas internacionais ao ordenar que o avião pousasse na capital bielorrussa de Minsk no meio do seu trajeto entre a Grécia e a Lituânia. O motivo, segundo divulgado pelo governo anteriormente, teria sido uma ameaça de bomba comunicada por e-mail pelo movimento islâmico palestino Hamas, que já negou qualquer envolvimento com o incidente. Lukashenko acrescentou que o envio do caça MiG-29 para escoltar a aeronave estava de acordo com os protocolos de segurança do país e negou que a interceptação tenha sido uma ação deliberada para deter Protasevich e Sapega, o que teria acontecido, segundo ele, por mera coincidência. Ele alegou que ambos deveriam ser presos porque “cruzaram as linhas do bom senso e da moralidade humana”. Testemunhas afirmam que havia agentes da KGB a bordo do avião, o que ficaria comprovado devido à ausência de três pessoas além do jornalista e sua namorada na chegada à Lituânia. O presidente alega, no entanto, que tratavam-se de três passageiros comuns que decidiram seguir viagem por conta própria após pousaram em Minsk, que fica a apenas 190 quilômetros da capital lituana Vilnius. Lukashenko também comentou a pressão exercida pela comunidade internacional através de sanções. “Eles estão à procura de novas vulnerabilidades e isto não se dirige apenas contra nós: para eles somos um campo de teste antes de lançar-se para o Oriente”, disse.

Ainda nesta quarta-feira, 26, as autoridades de Belarus divulgaram um vídeo em que a jovem russa Sofiya Sapega supostamente confessa ser responsável por um canal no Telegram que divulga dados de funcionários públicos. A gravação é semelhante à que foi divulgada dois dias atrás do jornalista Roman Protasevich, que aparece com ferimentos no rosto e confessa ter cometido crimes ao organizar “motins em massa em Minsk”. Ele também afirma que o tratamento que recebeu das forças de segurança foi “correto”. “As informações obtidas sob coação não podem ser utilizadas contra o senhor Protasevich em qualquer processo judicial. Tais confissões são proibidas pela Convenção Contra a Tortura”, destacou o Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos. A entidade busca obter garantias de que o jornalista e sua namorada serão tratados de forma digna e não serão submetidos à tortura, como supostamente aconteceu a centenas de manifestantes que participaram pacificamente em protestos contra as eleições fraudulentas de Belarus em 2020. A mãe do jornalista afirma ter recebido um telefonema das autoridades bielorrussas informando que seu filho havia sido hospitalizado e que sua condição era crítica. “Roman tem problemas cardíacos, razão pela qual não prestou serviço no Exército. Em uma ocasião ele esteve em um estado de pré-infarto. Se lhe fizeram algo, pode ter causado um ataque cardíaco”, afirmou ela à emissora de televisão polonesa Belsat.

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