A Polícia Civil desarticulou, nesta terça-feira (21), uma facção criminosa que atuava no tráfico de drogas em Alagoas. Dois homens identificados como líderes, que já se encontravam presos no sistema prisional de Alagoas e Pernambuco, continuavam controlando o tráfico da prisão, enviando cartas pelas companheiras para serem entregues aos demais membros da organização. Nelas, eles apontavam o que o grupo deveria fazer para o bom andamento dos "trabalhos". No total, foram expedidos 84 mandados, sendo 43 de prisão e 41 de busca e apreensão. Até o momento, 24 pessoas foram presas.
De acordo com o delegado Igor Diego, da Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), as investigações que desencadearam na Operação Hermes duraram cerca de seis meses. Nesse período, foi possível reunir uma grande quantidade de elementos probatórios para que a Justiça pudesse expedir os mandados.
"Todo o arcabouço probatório teve origem através de cartas apreendidas no sistema prisional, onde nós verificamos que os líderes da organização criminosa faziam a comunicação e determinavam seus comandos através de cartas que eram manipuladas pelas mulheres dos presos. Elas levavam as cartas que apontavam quais as tarefas de cada um dos integrantes da organização criminosa. Diante disso, conseguimos identificar diversas pessoas que fazem parte do grupo, além de conhecermos toda a estrutura dessa organização, através dos líderes, que são tidos como mais perigosos, que respondem por vários homicídios", afirmou o delegado Igor Diego.
Segundo ele, havia diversos gerentes do tráfico cuidando da logística até a parte financeira da organização.
"Eles utilizam um método que é bastante conhecido das nossas investigações, onde recebem esses valores em espécie, provenientes da venda de drogas, procuram uma casa lotérica e fazem depósitos para cair nas contas dessas pessoas que fazem a arrecadação do tráfico", conta Igor Diego.
Ainda segundo o delegado, durante a operação, alguns celulares foram apreendidos dentro de celas de presos do sistema prisional e, agora, esses materiais serão utilizados para dar andamento às investigações. "O próximo passo agora é descapitalizar essas organizações criminosas. Esses celulares são materiais probatórios importantes para continuarmos o nosso trabalho", completou.