Quase 54% dos indígenas brasileiros viviam em áreas urbanas, em 2022. Isso equivale a 914 mil pessoas, enquanto 780 mil moravam em áreas rurais, segundo o Censo divulgado nesta quinta-feira (19/12) pelo IBGE. Os dados fazem parte do recorte por situação urbana ou rural das principais características das pessoas e domicílios indígenas. A publicação aponta o crescimento absoluto e relativo da população indígena, detalha Marta Antunes, coordenadora técnica da pesquisa.
"Quando a gente olha pros indígenas em situação urbana, a gente tem um momento de 181% dessa população, um aumento em termos absolutos de quase 600 mil pessoas indígenas a mais em situação urbana quando comparado com 2010. E quando a gente olha para a situação rural, a gente vê também, a nível Brasil, um aumento de 36% da população indígena residindo em situação rural. Ou seja, um aumento absoluto de 208 mil indígenas residindo em situação rural."
Entre os indígenas, a população masculina supera a feminina em vários recortes, chegando a 106 homens para cada cem mulheres em áreas rurais fora de terras indígenas. Mas em áreas urbanas fora de terras indígenas, a população masculina é bem menor: 89 homens para cada cem mulheres. Uma razão de sexo menor que a da população do país.
Em relação à idade mediana, indicador que divide metade da população entre os mais jovens e os mais velhos, a pesquisa revela indígenas mais novos na área rural do que na urbana, explica Marta Antunes.
"A população residente no país, a idade mediana na situação urbana é 35 anos e na situação rural é 34 anos. Quando a gente olha para a população indígena fora das terras indígenas, na situação urbana é de 32 anos, e na situação rural é de 25 anos. E dentro das terras indígenas, a idade mediana é de 19 anos. Então, quando a gente vê esse indicador que divide metade da população, a gente vê uma população extremamente mais jovem no rural do que no urbano, e extremamente mais jovem ainda dentro das terras indígenas".
O Censo ainda aponta que a taxa de analfabetismo entre os indígenas teve redução significativa na comparação entre 2010 e 2022, afirma a coordenadora da pesquisa.
"Para a população indígena, houve uma redução de 8,35 pontos percentuais entre os dois censos, com uma redução ainda mais significativa quando se observa dentro das terras indígenas, onde foi uma redução de 11,4 pontos percentuais. Então, embora a gente ainda tenha taxas de analfabetismo da população indígena superiores à da população residente como um todo, a gente vê reduções muito significativas na última década, principalmente na situação rural."
Sobre o acesso aos serviços de saneamento, ainda é inferior ao da média da população brasileira. Enquanto 97% da população urbana do país morava em domicílios com água encanada até dentro de casa, entre os indígenas residindo na área urbana esse percentual era de 86%.
Em áreas urbanas fora de terras indígenas, o nível de precariedade no acesso à água é 3,7 vezes superior ao da população urbana do país.
O Censo 2022 também identificou as localidades indígenas no Brasil: são 8.567 em todos os estados e no Distrito Federal. Essas localidades são lugares com aglomerados permanentes de 15 ou mais moradores indígenas, organizadas de forma contígua, em áreas urbanas ou rurais, dentro ou fora de terras Indígenas reconhecidas, podendo compreender aldeias, comunidades, sítios, acampamentos, instituições de acolhimento, entre outras formas de organização socioespacial dos povos indígenas.
Geral IBGE também revela que caiu o analfabetismo entre esse população. Rio de Janeiro 19/12/2024 - 10:20 Ana Lúcia Caldas / Rilton Pimentel Priscila Thereso, repórter da Rádio Nacional indígenas censo IBGE Analfabetismo saneamento quinta-feira, 19 Dezembro, 2024 - 10:20 4:07
Fonte: Agência Brasil