Leandro dos Santos Araújo, 22 anos, réu pelo assassinato de sua sogra, a garçonete Flávia dos Santos Carneiro, será levado a júri popular, após decisão da Justiça de Alagoas. Ele está preso desde o mês de março, após matar a vítima. O crime contou com a ajuda da filha de Flávia, de 13 anos, com quem Leandro mantinha um relacionamento.
A Justiça também determinou que Ademir da Silva Araújo, pai de Leandro, que confessou ter ajudado o filho na ocultação do cadáver, seja levado a júri popular. Ele foi pronunciado pelo crime de ocultação de cadáver.
Na época do feminicídio, Ademir chegou a ser preso, mas recebeu o direito de responder ao crime em liberdade, com a justificativa de que a pena prevista para o crime de ocultação de cadáver é de, no máximo, três anos — menor do que o exigido em lei para a manutenção da medida cautelar.
Leandro dos Santos Araújo e Ademir da Silva Araújo foram denunciados pelo Ministério Público pelo assassinato de Flávia, ocorrido em março de 2024, em Maceió. Leandro é acusado de homicídio qualificado, com agravantes como motivo fútil, meio cruel e feminicídio. Ele também enfrenta acusações de estupro de vulnerável e corrupção de menores, relacionadas à filha de Flávia. Já Ademir, seu pai, é acusado de ajudar a ocultar o cadáver.
O crime foi descoberto em 5 de março, quando a Operação Policial Litorânea (OPLIT) encontrou o corpo da vítima dentro de uma geladeira abandonada em uma mata na Rua Clécio Manoel da Silva, em Guaxuma, Maceió. A denúncia veio de um informante que havia transportado a geladeira e suspeitava da presença de um corpo em seu interior. Ao verificar as informações, a polícia encontrou o cadáver da vítima.
De acordo com a investigação, Leandro, que mantinha um relacionamento com a filha de Flávia, matou a mulher após uma discussão. Ele usou golpes de faca para cometer o crime, dificultando a defesa da vítima. O crime contou também com a ajuda da namorada de Leandro. Após o homicídio, Leandro e Ademir contrataram um frete para transportar o corpo, que foi escondido na geladeira.
Ambos os acusados confessaram parcialmente suas ações. Ademir disse que ajudou o filho a esconder o corpo e apontou Leandro e a filha da vítima como responsáveis pelo crime. Leandro, por sua vez, admitiu o homicídio, mas alegou que a morte ocorreu após uma discussão com a vítima.
A defesa de Leandro tentou contestar as acusações de estupro e pediu a desclassificação do homicídio para um crime menos grave. A defesa de Ademir alegou que ele não teve intenção de cometer o homicídio e pediu que ele fosse absolvido. O Ministério Público, por sua vez, pediu que os réus fossem pronunciados, ou seja, levados a julgamento no Tribunal do Júri.
O caso segue em andamento, e a decisão foi publicada no dia 11 de dezembro, pelo juiz Geraldo Cavalcante Amorim, da 9ª Vara Criminal da Capital.