Após ter o primeiro pedido de habeas corpusnegado na audiência de custódia, o influenciador Kel Ferreti teve a prisão mantida e foi encaminhado à Penitenciária Masculina Baldomero Cavalcanti de Oliveira, na parte alta de Maceió. Agora, a defesa, segundo informou ao TNH1, já entrou com outro pedido de soltura, que está em trâmite no Tribunal de Justiça de Alagoas.
O advogado Rodrigo Monteiro explicou que Ferreti está detido em um módulo apenas para ex-militares situado no presídio, o Centro de Observação Criminológica (COC). O sócio dele, conhecido como "O Pai do Orgânico", também foi preso na Operação Trapaça, mas foi solto no mesmo dia. Enquanto que a esposa de Kel, Mylla Ferreti, vai cumprir medidas cautelares. Ela não poderá sair do estado nem se comunicar com outros investigados. Todos os três tiveram as redes bloqueadas.
Kel Ferreti disse ao advogado que ficou triste com a situação e que não acreditava que ia ficar preso, justamente porque teria colaborado com a Justiça e o Ministério Público. "Ele entende que a prisão é totalmente desnecessária e acredita que, a qualquer momento, o judiciário pode revogar a decisão. Mesmo assim, estava muito ansioso", repassou.
A 17º Vara Criminal da Capital decretou a prisão preventiva, com base na investigação do Gaesf, que aponta que o influenciador, conhecido por esbanjar uma vida de luxo, lidera uma organização criminosa, induzindo milhões de seguidores a comprar produtos e serviços, como jogos de apostas, com promessas de prosperidade quase que imediata.
Na visão da defesa, estes crimes não são adequados ao tipo de cárcere definido, com base nas condições pessoais de Kel e no fato de ser um crime sem violência e grave ameaça. "Ele é réu primário, tem bons antecedentes, pai de família, tem residência fixa, a busca foi realizada dentro da residência dele [...] Agora está ansioso para ser solto, porque acredita que vai esclarecer toda questão fora da prisão. Ele está à disposição da Justiça e do MP".
No entanto, o MP aponta que, pelo fato dos supostos crimes terem acontecido por meio da internet, a liberdade poderia reiterar a "conduta delitiva". Para o advogado, a acusação seria "desnecessária", uma vez que já existe o bloqueio nas redes do influenciador e ele não pode usar a ferramenta por perfis de terceiros.
O caso - Realizada pelo Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL), a Operação Trapaça cumpriu mandados de prisão contra envolvidos em uma organização criminosa suspeita de lavagem de dinheiro, envolvendo jogos de azar on-line, nessa quarta-feira (04). O foco da investigação é o "Fortune Tiger", mais conhecido como jogo do tigrinho.
O jogo é uma espécie de cassino virtual que promete, de forma fraudulenta e/ou ilusória, supostamente, ganhos fáceis e elevados, a partir de sua promoção, numa verdadeira campanha de divulgação, envolvendo influenciadores digitais.
Recentemente, as operações do Ministério Público e policiais em todo o Brasil já apreenderam milhões de reais em bens de influenciadores envolvidos em esquemas similares.