A série "Senna" chegou na Netflix na última sexta-feira (29) onde relata a infância do piloto, até sua trágica morte. A minissérie é contada em 6 capítulos e a história de amor entre Ayrton Senna e Adriane Galisteu foi contada em apenas 2 minutos e 34 segundos. O suficiente para os fãs do casal mostrar insatisfação nas redes sociais pelo fato de o relacionamento ser exibido de forma rápida pela produção.
Em entrevista ao Canal da Lisa Gomes, o jornalista Luiz Andreoli contou sobre sua relação com Ayrton e relembrou uma briga que tiveram no passado, "Eu fiz a primeira entrevista de Ayrton Senna como piloto de Fórmula 1 e ali começou uma amizade. Quando tava na Globo sempre eu fazia o Ayrton Senna, ele sempre pedia que fosse eu e a gente conversava, batia papo. Um dia o Ayrton me deu um "baile", saiu escondido, fui na casa dele que era na Cantareira e ele "Não tô afim de dar entrevista" e eu então vai pra put***. Cheguei na Globo e disse: "Não faço mais entrevista com esse cara, não falo mais com ele", disse Luiz.
Mesmo assim o destino tratou de unir o jornalista e o piloto novamente, "Naquela mesma semana, eu fui jantar na Rodeio (churrascaria) e Raimundinho que era o maître falou "Vou te pôr do lado de um amigo seu". Era o Ayrton, quieto. Tô jantando, daqui a pouco ele levanta, vai na minha mesa, eu não pedi pra ele sentar não, e falou "Me desculpa naquele dia". A gente é amigo, vou na sua casa, sou amigo da sua família e você falar aquilo pra mim. E ele: "Em compensação pra você fazer, só você, a inauguração da minha casa em Monte Carlo, você é o meu convidado. Mas não deu tempo, eu mudei pra Tv Manchete e aí teve uma série de coisas e não deu pra fazer", lembra.
Luiz, que é pai do apresentador Felipe Andreoli, contou sobre algumas manias do piloto e lembrou que ele era uma pessoa de personalidade forte, "O Ayrton era um cara reservado, fora do comum, não era normal. Ele era um cara muito difícil, ele tinha um temperamento muito complicado. Quem conhecia ele sabia que... por isso, mandeiele pra aquele lugar, com razão! Ele também era um cara que vivia trancado desmontando e montando motores, cercado dos cachorros, tinha o mundo dele particular e um dia eu sozinho com ele falei: "Ayrton você não tem medo de morrer? O Prost (Alain) quer te matar, o Nick quer te matar, o Piquet quer te matar, todo mundo quer te matar cara! Ele falou: "Luiz, eu nunca vou morrer na pista, porque as cagad*s só acontecem lá trás e eu tô na frente" e ele nunca imaginou que na frente aconteceria o improvável", diz emocionado.
Neste ano de 2024 completou 30 anos do falecimento de Ayrton Senna, que perdeu a vida em ímola, durante o Grande Prêmio de San Marino de Fórmula 1, "Aquilo que aconteceu com ele era totalmente improvável e quando ele bateu o carro quebrou uma barra e entrou num lugar desse tamanhinho entre o capacete e a viseira, entrou e saiu. O Cabrini (Roberto) me contou que não teve uma fratura, nada", afirma Andreoli.
A morte de Ayrton Senna chocou o Brasil e amigos próximos ao piloto, "Eu narrei o cortejo, ele foi enterrado atrás da minha casa, eu morava no Morumbi e dava pra trás o cemitério onde ele foi enterrado. Foi o único cara que eu vi parar o Brasil, parou o Brasil e nunca mais eu vi uma unanimidade, Pelé morreu e não teve isso"
Luiz Andreoli não deixou de dar sua opinião sobre a série "Senna" e o namoro de Adriane Galisteu com o piloto, "Essa história foi muito mexida pela família, por todos. Mas pelo que eu soube, ouve um pedido da família em relação Adriane Galisteu, eu soube disso pela imprensa. Ele namorava ela no final da vida, inclusive quando ele morreu ela tavaem Portugal na casa do Braguinha (Antônio Carlos de Almeida Braga – empresário do piloto), que era um mecenas", diz.
Para o apresentador, o namoro de Ayrton com Xuxa foi pura estratégia, "Foi mais um marketing, tinha para os dois lados, ele também era um cara muito marketeiro e ela também. Ele foi muito mais apaixonado pela Adriane, ela foi muito mais importante pra ele no final da vida, todo mundo disse que ele tava muito mais leve, isso acho que assustou um pouco a família, parece que ele tavasaindo um pouco do ambiente familiar para viver com ela, acho que ele queria mesmo casar com ela", afirma.
Segundo Luiz Andreoli, a família estava investigando a vida de Adriane Galisteu, "Dizem que ele soube naquele dia, que um dos irmãos levou um dossiê pra ele, uma fita, falando de coisas da Adriane, de telefonemas que eles gravaram. Isso é uma das vertentes que eles falaram. Que ela namorava com outro cara, que era o ex-namorado, que falava com ela. Insinuando que ela estava traindo, eu não sei da história, eu sei que essa história é verdadeira porque me contaram e eu conheci o irmão dele, Leonardo (Senna) que é o cara que me falou", afirma.
Andreoli contou detalhes do dia primeiro de maio de 1994, "Essa história do Leonardo (Senna), acho que pegou muito isso, eu narrei o enterro pela Bandeirantes, Eu vi no dia do velório como ela foi tratada, que tiraram ela de cena, eu tava narrando, eu e Chico Pinheiro, e aí eu vi, pegou muito mal, depois a Xuxa entrou. Tiraram para não ter conflito com a família, era um momento muito ruim, momento muito difícil, era um momento que tava todo mundo muito abalado. A mãe (Dona Zaza) queria abrir o caixão e não podia, quando você lacra lá na Itália não pode abrir mais", recorda o apresentador que já teve passagens pela Band, Globo, Record e Redetv.
Luiz Andreoli abriu o jogo e falou sobre a sexualidade de Senna. O apresentador, porém, não deu margem ao falatório. Questionado se o piloto era mesmo gay, o comunicador garantiu que não, "Isso é uma mentira, foi uma invenção do Piquet. Mesmo que fosse, qual seria o problema? Naquele tempo de machismo, era uma coisa que ofendia o cara. Ele vivia nesse mundo de corrida, tava cheio de mulher. E na Fórmula 1, um sai com a mulher do outro, e o Piquet ficou muito bravo porque o Senna saiu com a ex-mulher dele, dizem", comentou.
Assista a entrevista: