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Senado em 2026

Calheiros descarta fazer acordo com Lira para dobradinha ao Senado em 2026

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O senador Renan Calheiros (MDB) descartou, em entrevista ao Jornal O Globo, qualquer alinhamento com o presidente da Câmara Federal, Arthur Lira (PP), visando à eleição ao Senado daqui a dois anos, quando duas cadeiras estarão em jogo.

Nos bastidores, apoiadores políticos, como prefeitos e deputados, são favoráveis a esse acordo. Segundo Calheiros, o cenário para Lira pode mudar assim que ele deixar a presidência do Legislativo em fevereiro de 2025, pois a perda de poder é inevitável.

"O Arthur vai precisar comer muito sal ainda para virar senador por Alagoas. Essa possibilidade de acordo não está na ordem do dia. Eu queria lembrá-lo que eu já deixei em duas oportunidades a presidência de um poder e sei como a banda toca", disse.

"Daqui a uns três meses, ele vai ver que a mesma piada que ele costumeiramente conta, não será tão engraçada quanto antes. Ele vai ver que tem muito mais adversários do que os adversários do seu estado. Quando ele chegar nesse ponto, ele estará preparado para olhar para as coisas sob outra perspectiva", completou Renan.

Bolsonaro

Para Renan, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não vai conseguir reverter a inelegibilidade, logo vai ter muita confusão na direita para escolha do candidato a presidente da República em 2026.

"Ele não se tornou inelegível agora. Quem o tornou inelegível primeiro foi o povo brasileiro, a democracia. Foi o primeiro presidente da República que não se reelegeu apesar de ter estourado o orçamento. As pessoas que convivem com Bolsonaro já não o suportam mais. Ele não vai superar a inelegibilidade".

Anistia

Calheiros também disse acreditar que um possível projeto para anistiar as pessoas que participaram do ataque aos Poderes em 8 de janeiro de 2023 não deve avançar. "Ações contra a democracia são ações terroristas e não têm prescrição".

"A Constituição equivale esses crimes a crimes hediondos. A democracia continua sob ameaça. Não havia esse tipo de coisa antes de Bolsonaro. Não havia pedido de golpe, intervenção militar, fechamento do Supremo, Congresso Nacional. Agora, temos até kamikazes do bolsonarismo", completou.

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