A Universidade de Brasília (UnB) aprovou cotas em cursos de graduação para pessoas trans. A reserva será de 2% das vagas em todas as formas de ingresso. Isso equivale a cerca de uma vaga por curso. A medida começa a valer nos próximos editais de seleção que forem abertos.
De acordo com a reitoria, o público-alvo é quem se identifica e vive abertamente como pessoas trans, seja travesti, mulheres ou homens trans e pessoas não binárias. Além das cotas, a norma estabelece a obrigação de criar políticas de inclusão e permanência.
O vice-reitor da UnB, Enrique Huelva, disse que o desafio agora é fazer com que os novos estudantes permaneçam e concluam o curso.
"E especialmente que eles e elas tenham a chance de ser o que eles são na nossa universidade. De não terem que se apagar, apagar suas identidades. E que deem também a chance para os outros membros da nossa comunidade de aprender com eles."
Segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), apenas 0,3% da população trans está no ensino superior no Brasil. Para a secretária da entidade, Keila Simpson, as cotas não são um privilégio.
"Não se está falando de privilégio, e sim de reparação para essa população que foi alijada de todos os seus direitos educacionais. Mas quando chega aí no ensino superior, as que conseguem chegar, ter essas garantias em políticas dentro do sistema de ensino é importantíssimo, é fundamental."
A UnB é a 11ª federal a ter cotas para trans. Entre elas, estão as universidades federais do ABC, da Bahia e de Santa Catarina.
Fonte: Agência Brasil