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Notícia Geral

Liga Pontos explica o que cobrar dos candidatos quando o tema é saúde

Baixar Tocar Em nosso último episódio vamos falar de um assunto primordial para todo mundo: saúde! Para ligarmos os pontos nesse tema, que também está entre as responsabilidades dos municípios, partimos de Bom Progresso, no Rio Grande do Sul.

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Em nosso último episódio vamos falar de um assunto primordial para todo mundo: saúde! Para ligarmos os pontos nesse tema, que também está entre as responsabilidades dos municípios, partimos de Bom Progresso, no Rio Grande do Sul.

A cidade é pequena, são quase 2 mil habitantes. Mas, depois de excluídos os acidentes de trânsito e os homicídios, Bom Progresso tem a mais alta taxa de mortes evitáveis do país – 0,76 para cada 100 mil habitantes, um problema de saúde pública. O que não quer dizer que as pessoas que conseguem ser assistidas pela rede de saúde sintam o impacto dessa estatística.

Dona Romana Reichert tem 75 anos e precisa muito desses serviços. Ele trata de um câncer e explica que boa parte desse tratamento fica em Ijuí, cidade bem maior, 80 mil habitantes e a uns 100 quilômetros de distância de Bom Progresso. O transporte é feito pela prefeitura.

Para entender se esse também é um papel da prefeitura, ligamos os pontos até o professor de Saúde Coletiva da Faculdade de Medicina da Unicamp, Gastão Wagner. Ele explica que a função primordial dos municípios passa pelos cuidados que podem evitar e tratar os chamados agravos crônicos e agudos, as doenças como diabetes, hipertensão, entre outras.

A atenção primária fica a cargo do município, que é uma rede capilar de equipe de saúde, de unidades básicas de saúde, ou centros de saúde, postos de saúde. No Brasil nós temos vários nomes, encarregados de fazer tanto saúde pública, prevenção, vacina, educação em saúde, trabalhar com sedentarismos, alimentação saudável, quanto garantir o atendimento clínico a pessoas portadoras de agravos crônicos e agudos. 80% desses agravos dá para ser resolvido na atenção primária.

E sobre levar para outra cidade quando se precisa de atendimento de maior complexidade? Sim, também é obrigação das prefeituras.

Outro papel do município, que se chama de regulação, tem um papel de garantir, regular, o acesso do que a atenção primária não resolve aos serviços especializados. A maior parte dos municípios não tem, por exemplo, serviço de oncologia, quimioterapia, internação. São regionais, tem cidades-polos, mas o município tem parte na regulação, garantir o transporte e garantir a vaga. A urgência e a emergência ficam em... Os serviços mais complexos de urgência e emergência, terapia intensiva, ficam em hospitais também polos, cidades médias e grandes. Então, o transporte público, em todos os sistemas públicos, é muito valorizado. Não é só "ambulâncioterapia" não, como é criticado aqui.

Para dar conta de garantir a atenção básica, fazer a regulação e ainda as ações de prevenção de doenças, que também é tarefa dos municípios, 25% dos recursos do SUS vão para as prefeituras que têm a obrigação de investir 15% do orçamento municipal justamente na saúde pública. E é por aí que o eleitor pode começar cobrando prefeitos e vereadores.

Para saber se Saúde é uma preocupação do seu candidato, dá uma conferida no programa de governo dele. Todos tem que registrar suas promessas no site do Tribunal Superior Eleitoral. Na página você clica na sua região, estado, escolhe sua cidade e se quer olhar o programa dos prefeitos ou dos vereadores. Pronto, você mesmo pode ligar os pontos.

O programete Liga Pontos é um produto original da Radioagência Nacional.

PROGRAMETE : ELEICÕES 2024 - SAÚDE

Vinheta de Abertura 🎶

SUA CIDADE, SEUS DIREITOS! ANTES DE VOTAR, LIGA OS PONTOS

ELIANE: Você sabe quais as tarefas de uma prefeitura? E dos vereadores e vereadoras? Vamos brincar de ligar os pontos para entender como as eleições municipais influenciam na sua vida?

ELIANE: Eu sou Eliane Gonçalves, e hoje nosso ponto de partida da Saúde tá em Bom Progresso, no Rio Grande do Sul. Vamos falar com a Dona Romana Reichert.

Efeito sonoro - telefone🎶

ELIANE: Bom Progresso é bem pequenininha. São 2 mil habitantes. Mas, depois de excluídos os acidentes de trânsito e os homicídios, a cidade tem a mais alta taxa de mortes evitáveis do país: 0,76 para cada 100 mil habitantes. Mas isso não quer dizer que as pessoas que conseguem ser assistidas pela rede de saúde sintam o impacto dessa estatística.

Efeito sonoro - sinal de espera no telefone🎶

ELIANE: É o caso de Dona Romana… Alô Dona Romana, como é que tá a saúde aí em Bom Progresso?

ROMANA: Assim o atendimento, eu não tenho nem um pouco de queixa. Todo mundo é bom. Os médicos são excelentes, as enfermeiras. O pessoal, se a gente não pode caminhar, às vezes, se chove, a gente só avisa, eles vêm buscar. A gente tá ótimo ali.

ELIANE: Dona Romana tem 75 anos e precisa muito dos serviços de saúde. Ele trata de um câncer e explica que boa parte desse tratamento fica em Ijuí, cidade bem maior, 80 mil habitantes e a uns 100 quilômetros de distância de Bom Progresso.

ROMANA: Eu uso bastante, porque me deu câncer. Já faz uns 12 anos, mas sempre, sempre estou indo para a Ijuí ainda.

- Aí, em Bom Progresso, não tem a unidade de saúde?

- Tem, tem sim, mas para o câncer, não. Cada seis meses eu faço o exame. E cada três meses eu vou fazer uma injeção para o câncer. Só isso.

- E aí a senhora vai no seu carro? Como é que é?

- Não, eles me levam.

- Mas não é o serviço do posto de saúde que leva a senhora, então?

- É da prefeitura, sim. Vai carro pra lá. As ambulâncias só levam os bem mal.

ELIANE: Um município pequeno que para conseguir garantir um tratamento complexo precisa levar as pessoas para um município bem maior. Tá na hora de pedir ajuda para ligar os pontos. Vamos falar com o Gastão Wagner, professor de saúde coletiva na faculdade de medicina da Unicamp. Pra começar explicando qual é mesmo a tarefa nos municípios quando o assunto é saúde.

GASTÃO: A atenção primária é ficar a cargo do município, que é uma rede capilar de equipe de saúde, de unidades básicas de saúde, ou centros de saúde, postos de saúde, no Brasil nós temos vários nomes, encarregados de fazer tanto saúde pública, prevenção, vacina, educação em saúde, trabalhar com sedentarismos, alimentação saudável, quanto garantir o atendimento clínico a pessoas portadoras de agravos crônicos e agudos. 80% desses agravos dá para ser resolvido na atenção primária.

ELIANE: Agravos crônicos, o professor Gastão explicou que são doenças como diabetes, hipertensão… Mas e essa história de levar paciente para hospitais de outras cidades?

GASTÃO: Outro papel do município, que se chama de regulação, tem um papel de garantir, regular, o acesso do que a atenção primária não resolve aos serviços especializados. A maior parte dos municípios não tem, por exemplo, serviço de oncologia, quimioterapia, internação. São regionais, tem cidades-polos, mas o município tem parte na regulação, garantir o transporte e garantir a vaga. A urgência e a emergência ficam em... Os serviços mais complexos de urgência e emergência, terapia intensiva, ficam em hospitais também polos, cidades médias e grandes. Então, o transporte público, em todos os sistemas públicos, é muito valorizado. Não é só "ambulâncioterapia" não, como é criticado aqui.

ELIANE: Quanto a promessa muito comum em campanhas eleitorais que é a construção de hospitais…

GASTÃO: Promessa de fazer hospital grande, centro de câncer, em municípios menores de 100, 150 mil habitantes, é demagogia, não vai acontecer. Esses serviços especializados, eles precisam de um financiamento, principalmente federal e estadual.

ELIANE: Para dar conta de garantir atenção básica, fazer a regulação e ainda as ações de prevenção de doenças, que também é tarefa dos municípios, 25% dos recursos do SUS vão para as prefeituras que tem a obrigação de investir 15% do orçamento municipal justamente na saúde pública. E é por aí que o eleitor pode começar cobrando prefeitos e vereadores.

GASTÃO: Tem que cobrar do prefeito o crescimento e a qualidade da atenção primária. A meta para a atenção primária funcionar bem é que 80% das famílias estejam inscritas, tenham a sua equipe, tenham o seu médico. No Brasil, a gente está com 52%. Faz 15 anos que a gente está com 50% de cobertura. Isso é decorrência do problema do subfinanciamento do SUS. Então, a gente tem essa desigualdade no Brasil de investimento municipal. O município é obrigado a gastar, pelo menos, no mínimo, 15% do orçamento municipal com o SUS. O saneamento não conta, o saneamento é a mais.

Efeito sonoro -clique🎶

ELIANE: E olha pra conferir o que seu candidato à prefeitura ou à câmara de vereadores tá propondo pra saúde do seu município, dá uma olhada no programa de governo dele ou dela. Todos tem que registrar suas promessas no site do Tribunal Superior Eleitoral. Anota aí o endereço: https://divulgacandcontas.tse.jus.br/. Lá na página você clica na sua região, estado, escolhe sua cidade, o cargo em disputa e pode comparar as propostas de cada candidato[EFEITOS DE CLIQUE DO MOUSE TODA VEZ QUE FALAR UMA COISA PRA CLICAR]. Pronto, você mesmo pode ligar os pontos.

Efeito sonoro - telefone desligando.🎶

Vinheta de encerramento 🎶

ELIANE: Liga pontos é uma produção da Radioagência Nacional.

Sobe som 🎶

Reportagem, redação e roteiro Eliane Gonçalves e Sumaia Vilella
Edição Beatriz Arcoverde
Produção Patrícia Serrão
Sonoplastia Jailton Sodré
Arte Wagner Ferreira Maia

© Arte/Agência Brasil

Política No Brasil, 25% dos recursos do SUS são destinados às prefeituras Brasília 04/10/2024 - 17:30 Beatriz Arcoverde - Editora Web Eliane Gonçalves e Sumaia Villela - Radioagência Nacional liga pontos eleições 2024 saúde sexta-feira, 4 Outubro, 2024 - 17:30 5:59

Fonte: Agência Brasil

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