As Polícias Científica e Civil comunicaram, nesta sexta-feira (27), que o resultado do exame de confronto balístico apontou que a arma apreendida com o homem de 42 anos - uma pistola calibre 380 - foi usada para matar a adolescente Ana Beatriz, de 13 anos, no bairro da Levada, em Maceió.
O acusado era servidor da Secretaria de Ressocialização (Seris) e filho de um policial militar da reserva. Ele foi preso suspeito pelo crime no dia 17 deste mês. Durante buscas em sua casa, a polícia apreendeu uma arma do pai dele, um militar da reserva.
Segundo a perícia, foi feito um confronto balístico entre a arma apreendida com o suspeito do crime e o projétil retirado do corpo da adolescente, que confirmou a suspeita, apontando que a pistola foi realmente utilizada na prática delituosa.
"As convergências foram muito fortes e dá para afirmar que essa arma foi usada na morte da vítima", afirma a perita criminal Suely Maurício.
A polícia informou que aguarda o resultado de outras análises para concluir o inquérito. "Quando você consegue chegar a provas objetivas, como essa que hoje é produzida pelo Instituto de Criminalística, realmente não deixa dúvidas da autoria. Essa era a principal prova coletada, mas a gente ainda trabalha em outras provas, existem outros elementos sendo periciados", explicou o delegado Francisco Medson.
A arma pertence ao pai do suspeito, um PM reformado. "O pai tinha ciência de que o filho utilizava essa arma para ir para a igreja. E com base nisso, no próprio depoimento do pai, ele vai ser indiciado também pelo crime de porte de arma, embora ele tenha um porte legal. Mas ele não pode emprestar a arma para ninguém, nem ceder de forma alguma", esclareceu o delegado.
O suspeito foi preso no bairro Ponta Grossa, em cumprimento a um mandado de prisão expedido pelo Poder Judiciário. As investigações apontam que ele matou Ana Beatriz porque tentava manter um relacionamento com ela.
A delegada Tacyane Ribeiro, coordenadora da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), informou que, após ser preso, o suspeito negou envolvimento no homicídio, mas há provas suficientes de que seja ele o autor. Além desse crime, ele está sendo investigado por oito assassinatos na região da Ponta Grossa, Vergel e Levada. "Estamos aguardando a comparação balística com outros 8 casos que essa arma pode estar envolvida", fala.
O homem tem passagem pela polícia por injúria religiosa, e, contra ele, há boletins de ocorrência de crime de ameaça.
O crime
A jovem foi morta com um tiro na cabeça no bairro da Levada. Familiares de Ana Beatriz afirmaram à polícia que ela havia saído com a irmã de 10 anos e duas amigas, para assistir a um jogo de futebol, e, na volta para casa, foi seguida e morta.
Ana Beatriz chegou a ser socorrida e levada ao Hospital Geral do Estado (HGE), mas não resistiu aos ferimentos. Imagens de câmeras de segurança foram divulgadas pela polícia e ajudaram na localização do suspeito, porque, através delas, foram feitas denúncias anônimas.