A Polícia Federal de Alagoas deflagrou nesta quarta-feira (18) a Operação Face Oculta, que investiga crimes de cunho sexual contra crianças em redes sociais. Como parte da operação, a PF cumpriu um mandado de busca e apreensão em Campinas, cidade onde o perfil usado na Internet era acessado, cujo alvo é suspeito de assediar uma criança de 10 anos que reside em Alagoas. A ação contou com o apoio da Delegacia de Polícia Federal de São Paulo.
Os pais da criança estiveram na Superintendência Regional de Polícia Federal em Alagoas, no bairro do Jaraguá, em Maceió, para comunicar que um perfil de uma rede social havia entrado em contato para alertar que a criança havia gravado e publicado vídeos sensuais em que aparece despida, resultando na investigação, que apontou indícios de que a criança foi assediada sexualmente e constrangida a gravar vídeos. Esse tipo de ação criminosa é conhecida como "grooming".
"Ao investigar o perfil assediador, os policiais da Delegacia de Combate aos Crimes Cibernéticos da Polícia Federal em Alagoas perceberam se tratar de um perfil falso, no qual constavam fotos de um adolescente, mas que na verdade era utilizado por um adulto. É comum que abusadores sexuais infantis utilizem perfis falsos com fotos de crianças ou adolescentes com o objetivo de ganhar a confiança de suas vítimas. Após algumas conversas as vítimas são convencidas a tirar fotos ou gravar vídeos sensuais e depois enviá-los ao assediador, sem saber que estão sendo enganadas. Caso a vítima não colabore, o abusador passa a constrangê-la, ameaçando seus familiares ou ameaçando publicar fotos ou vídeos anteriormente enviados pela criança em páginas abertas ou em redes sociais de conhecidos", detalhou a instituição.
Na ação de hoje, foram apreendidos smartphones utilizados pelos moradores da residência, no interior de São Paulo. "Esses equipamentos serão encaminhados aos peritos com o objetivo de identificar elementos que apontem que era o usuário do perfil falso utilizado para assediar a criança alagoana", informou a Polícia Federal.
O usuário do perfil responderá pelos crimes previstos nos artigos 240, 241-A e 241-D, parágrafo único, II da Lei 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente) e pelo crime de estupro de vulnerável previsto no artigo 217-A do Código Penal. As penas para esses crimes, quando somadas, podem chegar a 32 anos de prisão.