A ouvidoria geral do Ministério Público de Alagoas por meio de seu ouvidor, o procurador Eduardo Tavares, determinou que a promotoria de Maravilha, Sertão de alagoas, investigue no prazo de 30 dias, as denúncias que a Prefeitura de Maravilha, por intermédio do Instituto Gerir social, remunera mensalmente pessoas que não trabalham pelo município, os chamados funcionários fantasmas.
Segundo a denúncia, constam na folha de pagamento do instituto, como funcionários que trabalham nas secretarias de agricultura, administração, saúde e obras, pessoas que, reconhecidamente, tem outras atividades econômicas, sem compatibilidade com o exercício de funções nas secretarias da prefeitura. Há denúncias de radialistas, serventuários, empresários, aposentados e até de pessoas que sequer moram na cidade, recebendo salários de até 8 mil reais, sem sequer dar um único dia de trabalho. Tais pessoas, ainda segundo a denúncia recebida, tem apenas um elo em comum: são ferrenhos apoiadores da atual gestão municipal, comandada pela prefeita Conceição Albuquerque e seu esposo, o vice-prefeito Márcio Gomes, bem como dos atuais candidatos a prefeito, Nino, e vice-prefeito, Luizinho.
A denúncia de funcionários fantasmas no município ganhou repercussão por meio das redes sociais, e chegou até o Ministério Público, por meio do procedimento de nº 11.2024.00001496-1. a denúncia indica ainda que, enquanto há diversos funcionários fantasmas no município, recebendo vultosos salários, a maior parte dos contratados pelo instituto gerir social vem recebendo um salário mínimo, ou até menos, sendo bastante comum o recebimento de apenas 650 reais mensais por um mês inteiro de trabalho.
Segundo informações constantes no portal de transparência do município de maravilha, somente no mês de agosto foram pagos mais de R$ 660 mil para o instituto gerir social, totalizando no ano de 2024 um valor de quase R$ 4,5 milhões, pagos ao instituto até o mês de agosto. O Instituto Gerir Social vem sido envolvido em outras denúncias de irregularidades em seus contratos de convênios para fornecimento de mão de obra com prefeituras alagoanas. entretanto, isto não impediu que a prefeitura de maravilha instituísse contrato de colabração com o instituto, por meio de dispensa de licitação.
Tais denúncias, que são conhecidas dos cidadãos maravilhenses desde o mês passado, ainda não foram comentadas pela atual administração municipal, e vem gerando um sentimento de grande indignação na população, principalmente entre os contratados que efetivamente executam seu trabalho. Há relatos de perseguições e pressões para o rígido cumprimento de horários, e até do não aceite de atestados médicos para o abono de faltas destes contratados. Assim, ao se depararem com as denúncias da suposta existência de uma casta de funcionários fantasmas, recebendo altos salários sem trabalhar, os contratados pelo instituto gerir que efetivamente prestam serviço miraram toda a sua revolta na candidatura de Nino e Luizinho, sendo este um grande ponto fraco na campanha dos candidatos apoiados pela gestão.