Há 14 anos, o Projeto Pelotão Mirim, da Polícia Militar de Alagoas (PM-AL), desenvolvido pelo 3º Batalhão de Polícia Militar (BPM) em Arapiraca, é uma importante ferramenta de transformação e inclusão social. A iniciativa já formou mais de 900 crianças e adolescentes, oferecendo a eles a oportunidade de trilhar caminhos diferentes. Dentre as centenas de vidas transformadas, está a de Hudson Justino. Em 2013, ingressou no Pelotão Mirim, quando era estudante da rede municipal na Escola Carlos Alberto de Albuquerque Melo, no bairro Santa Edwiges.
Proveniente de uma família de origem humilde, Justino viu no projeto o incentivo para o seu futuro profissional. Atualmente, ele é soldado da PMAL e agradece aos instrutores pela colheita da semente plantada há mais de uma década. "O Pelotão Mirim foi uma oportunidade única para mim, um caminho que sempre quis seguir. Foi um período muito importante que recebi ensinamentos que carrego até hoje. Já tinha o sonho de ser policial, e ao entrar no Pelotão Mirim, esse sonho só aumentou", revelou.
Para Justino, a vivência no projeto proporcionou seu primeiro contato com o militarismo e seus pilares: hierarquia e disciplina. Durante aproximadamente um ano, ele participou de diversas atividades sob a supervisão dos instrutores, incluindo o capitão Jonathan, o subtenente Souza, além dos sargentos Hercílio, Roni e Jacqueline, que hoje coordena o projeto.
"Esses profissionais foram fundamentais na minha formação e na construção dos valores castrenses. Sou muito grato por todo o conhecimento passado". Os ensinamentos adquiridos, como o respeito, a honestidade e a determinação, foram cruciais em sua formação. "Os instrutores sempre tiveram o empenho em formar bons cidadãos, e isso ficou marcado para mim", afirmou.
Apoio da Corporação na conquista do sonho
O tenente-coronel Nilton Rocha, comandante do 3º BPM, reforçou a importância do Pelotão Mirim como instrumento de transformação social, destacando a trajetória de Justino. "A história dele é um reflexo do sucesso do trabalho de aproximação e integração desenvolvido pela Polícia Militar junto à sociedade alagoana. É satisfatório saber que o sonho idealizado lá atrás foi concretizado. O amor pela Instituição e a vontade dele de estudar resultaram em sua aprovação. Justino serve de exemplo e inspiração para outras menores que participam do projeto atualmente", completou o oficial superior.
O capitão Jonathan Barbosa, coordenador do projeto em 2013, também expressou sua alegria com o êxito da iniciativa. "É indescritível a felicidade que sinto de fazer parte dessas ações que vão impactar tão positivamente a vida desses jovens e suas famílias. Espero que esse projeto continue e cresça ainda mais".
A sargento Jacqueline Praxedes, atual coordenadora do projeto, destacou o empenho no desenvolvimento das atividades realizadas no Pelotão Mirim. "A palavra que define é satisfação. O Pelotão Mirim vai além do que imaginamos. Às vezes, não temos a percepção de que aqueles ensinamentos passados hoje, têm reflexos a longo prazo. Nossos mirins veteranos estão ingressando no mercado de trabalho e se tornando profissionais, inspirando os novatos", disse.
O soldado Justino aconselha as crianças que hoje participam do projeto a continuarem no caminho dos estudos para realizar todos os seus objetivos pessoais e profissionais.
Uma iniciativa de sucesso
O Pelotão Mirim atende meninos e meninas com idades entre 10 e 13 anos, oriundos de famílias de baixa renda. Durante cerca de dez meses, os participantes aprendem noções de cidadania, hierarquia, convivência em grupo, disciplina, segurança, saúde, higiene, prevenção e resistência às drogas, além de atividades esportivas. Tudo ocorre no contraturno da escola formal, nas dependências do 3º BPM, em Arapiraca.