A Organização Mundial da Saúde declarou nesta quarta-feira emergência em saúde pública de importância internacional para o mpox no continente africano. Este é o mais alto nível de alerta da entidade e, segundo a OMS, a medida é necessária em razão do risco de disseminação global e de uma potencial nova pandemia.
O diretor-geral, Tedros Adhanom, destacou em coletiva que há mais de uma década são registrados surtos de Mpox na República Democrática do Congo e que as infecções têm aumentado ao longo dos últimos anos. Em 2024, os casos já superam o total registrado em 2023. Já são mais de 14 mil, com 524 mortes.
Tedros afirmou que a OMS vem trabalhando para conter os surtos de Mpox na África e lembrou que o Centro de Controle e Prevenção de Doenças africano já tinha declarado, nesta quarta-feira, o cenário na região como emergência em saúde pública de segurança continental. O diretor-geral afirmou ainda que uma resposta internacional de forma coordenada é essencial para interromper os surtos e salvar vidas.
A OMS já tinha declarado status de emergência para a Mpox em julho de 2022, em razão do surto da doença em diversos países. Esse status só foi alterado em maio do ano passado, quando a doença não configurava mais emergência em saúde pública de importância internacional.
O Infectologista e presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, Renato Kfouri, explica que o Clado 1, espécie de variante do vírus, que vem circulando atualmente no Congo, parece ter adquirido uma capacidade de transmissibilidade e de letalidade maior e considera a decisão da OMS acertada.
Kfouri observa que o Brasil já comprou a vacina contra a doença, para prevenção pós-exposição, que foi utilizada em pessoas que foram expostas ao vírus, que convivem com o HIV, além de profissionais de laboratórios. O infectologista orienta sobre formas de contágio e principais sintomas da doença.
Além do contato com pessoas infectadas pelo vírus, a transmissão para humanos também pode ocorrer por meio do contato com animais silvestres infectados e materiais contaminados.
Fonte: Agência Brasil