Diante de cortes em programas de algumas províncias da Argentina pelo governo de Javier Milei, o presidente Lula recebeu, nesta terça, o governador da província de Buenos Aires, Axel Kicillof, que mencionou os problemas enfrentados pela região depois que Milei assumiu a presidência do país.
"Devo dizer que não é apenas com a província de Buenos Aires, mas que muitas províncias argentinas reclamam da interrupção de diversos programas ou fundos que foram legalmente estabelecidos. Portanto, tudo o que tem a ver com reivindicações ao governo nacional, fizemos publicamente em Argentina. Claro que é um fato complexo e sério para nós, nós na província de Buenos Aires. Hoje sofremos um corte muito forte em todas as obras públicas."
A declaração foi dada após o encontro com o presidente Lula, no Palácio do Planalto, e com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad e o assessor especial para assuntos internacionais do Brasil, Celso Amorim.
Sem mencionar o nome do presidente da Argentina, Axel Kicillof disse que os laços entre o país vizinho e o Brasil não são ideológicos, mas sim históricos.
"Dificilmente, pela minha posição ideológica ou política, eu acreditaria que tenho o direito de colocar em risco vínculos que são históricos e que existem entre o povo argentino e o povo brasileiro. Ainda mais entre empresas, indústrias, comércio, produção de energia. Seria muita tolice da minha parte pensar que existe outra forma de trazer bem-estar à província que não seja melhorando, aprofundando e ampliando as relações com o povo e o país, assim como o Brasil."
Desde que Javier Milei se tornou o presidente da Argentina, afastou as relações do país com outras nações, como o Brasil, e chegou a ameaçar tirar a Argentina do Mercosul. E no início do mandato formalizou que a Argentina não faria parte do BRICS, bloco econômico formado por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e outros aprovados como novos membros.
O governador da Província de Buenos Aires, Axel Kiccilof, disse, ainda, que apresentou a Lula propostas de investimentos, principalmente em infraestrutura. Segundo ele, as empresas brasileiras que atuam na Argentina, estão, em maior parte, na Província de Buenos Aires, que não inclui a cidade de Buenos Aires.
Fonte: Agência Brasil