A deputada estadual do Rio de Janeiro, Lúcia Helena Pinto de Barros, a Lucinha, do PSD, foi condenada a quatro anos e cinco meses de prisão em regime semiaberto, além da perda do mandato. O crime cometido pela parlamentar é peculato, ou seja, desvio de dinheiro público.
A decisão, por maioria de votos, foi anunciada pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça do estado.
Lucinha também terá de devolver aos cofres públicos cerca de R$ 174 mil e mais os juros, desviados da Assembleia Legislativa a título de pagamento de um pedreiro, que prestava serviços particulares nos centros comunitários mantidos por ela em Inhoaíba e Campo Grande, na zona oeste da cidade, seu reduto eleitoral.
O pedreiro Baltazar tinha sido nomeado como assessor parlamentar no gabinete de Lucinha, na Alerj. Ao ser intimado para depor, ele não atendeu as convocações da justiça criminal e nem do MP.
A defesa de Lucinha disse que vai recorrer da decisão e garantiu que, embora o Ministério Público sustente que a deputada tenha nomeado para seu gabinete na Alerj um funcionário que prestava serviços privados, ouviu de todas as testemunhas em Juízo que isto nunca aconteceu. Segundo a defesa, Baltazar desempenhava as suas funções regularmente e que a acusação está se baseando apenas no que este assessor afirmara em ação trabalhista, pretendendo obter benefícios.
Além de peculato, Lucinha é investigada por suspeita de integrar a milícia chefiada por Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho. Em junho, ela foi denunciada à justiça pelo Ministério Público Estadual, junto com a assessora parlamentar, Ariane Afonso Lima.
Entre os episódios em que as denunciadas interferiram politicamente em favor dos criminosos, o documento descreve que, em julho de 2021, Lucinha e Ariane forneceram ao grupo informações privilegiadas sobre a agenda de visitas do prefeito do Rio, Eduardo Paes, à zona oeste, permitindo que os milicianos retirassem seus integrantes das ruas das localidades dominadas pela organização criminosa.
Fonte: Agência Brasil