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Livro mostra trajetória de Mãe Hilda Jitolu, matriarca do Ilê Aiyê

A voz de autoridade "lenta, macia e sutil" que acabamos de ouvir é de Mãe Hilda Jitolu.

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A voz de autoridade "lenta, macia e sutil" que acabamos de ouvir é de Mãe Hilda Jitolu. Matriarca do Ilê Aiyê, primeiro bloco afro negro do Brasil, a Ialorixá Hilda Jitolu viveu por 86 anos, até 2009.


Mulher negra de grande atuação e presença na história de luta do povo negro no país, Mãe Hilda agora tem sua história contada no livro Mãe da Liberdade, escrito pela terceira geração da família, a neta Valéria Lima.

Nascida em Salvador, em 1923, Hilda Dias dos Santos, a Mãe Hilda, foi liderança religiosa no candomblé, ativista, educadora e figura negra determinante na criação do Ilê Aiyê, em 1974. Conselheira e líder, Mãe Hilda abriu as portas de seu terreiro de candomblé, na região da Liberdade, em Salvador, não só para o primeiro bloco afro do Brasil, mas também para educar as crianças da comunidade.

Mestra em Estudos Étnicos e Africanos, a neta Valéria, de 38 anos, conta que foi criada no andar de cima da casa da avó, no bairro do Curuzu.


Para ela, a trajetória de Mãe Hilda abriu caminhos e é fundamental até hoje em diversas frentes: para o candomblé, para os blocos afros, para firmar a beleza e a liderança política da mulher negra brasileira.

Por mais de 50 anos, Mãe Hilda esteve a frente do terreiro Acé Jitolu, de tradição Jeje, no Curuzu, em Salvador. É de lá ,até hoje, que o Ilê Aiyê inicia seus trabalhos no carnaval.

Além de ter sido a matriarca de um dos mais renomados terreiros de candomblé na Bahia, Mãe Hilda foi uma grande incentivadora da educação e do movimento político e cultural do povo negro e periférico no Brasil.

Para a jornalista Christiane Gomes, diretora de projetos da Fundação Rosa Luxemburgo, responsável pela publicação da biografia de Mãe Hilda, a trajetória da yalorixá é uma referência para a história das mulheres negras no país.

Do Curuzu à Serra da Barriga, do Acé Jitolu ao Ilê Aiyê, do barracão do terreiro que virou sala de aula para a comunidade do bairro, Mãe Hilda entrou para a história como uma mulher negra de axé que se tornou referência e liderança para o movimento do povo negro no Brasil.

O livro "Mãe da Liberdade: A trajetória da Ialorixá Hilda Jitolu, matriarca do Ilê Aiyê" está disponível, na íntegra, pelo site rosalux.org.br

© Acervo do Instituto da Mulher Negra Mãe Hilda Jitolu/Divulgação

Cultura Salvador 28/07/2024 - 09:00 Bianca Paiva / Pedro Lacerda Joana Cortes - Repórter da Rádio Nacional matriarca Ilê Aiyê Blocos Afros domingo, 28 Julho, 2024 - 09:00 4:24

Fonte: Agência Brasil

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