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Polícia

Mulher assassinada na frente da filha pediu ajuda a sargento da PM no dia anterior ao crime

Polícia já havia sido acionada para ocorrência de violência doméstica na residência do casal

Imagens divulgadas nas redes sociais mostram o pedido de ajuda da mulher Imagens divulgadas nas redes sociais mostram o pedido de ajuda da mulher | Reprodução / Instagram
Imagens divulgadas nas redes sociais mostram o pedido de ajuda da mulher Imagens divulgadas nas redes sociais mostram o pedido de ajuda da mulher | Reprodução / Instagram

A mulher identificada como Eduarda Samara Feitosa da Silva, de 34 anos, que foi assassinada a tiros ao lado do companheiro Vitor Hugo Santos Costa, de 30 anos, tinha pedido ajuda no dia anterior ao crime a um sargento da Polícia Militar que atendeu ocorrência de violência doméstica na residência do casal, em abril. A princípio, o TNH1 havia informado que o pedido de ajuda havia sido feito no dia do crime, porém, o próprio militar corrigiu a informação.

Marido e mulher foram vítimas de um atentado na noite dessa terça-feira, 16, na frente da filha de apenas 4 anos. O crime ocorreu no Conjunto Novo Jardim, Cidade Universitária, parte alta de Maceió. O homem sobreviveu e está em estado crítico no Hospital Geral do Estado (HGE), no Trapiche da Barra.

O sargento Rodolfo Peixoto, da PM, divulgou nesta quarta-feira, 17, que Eduarda o procurou por meio das redes sociais para ter o contato em caso de um futuro problema caso o companheiro perdesse o controle ao usar drogas.

"É porque eu vivo com um bonitão. De vez em quando, ele gosta de usar as drogas dele e pagar de doido. No dia que ele usar e pagar de doido, eu mesmo dou parte dele. Por isso que eu queria o seu contato, porque no dia que isso acontecesse, eu ligaria de imediato para você fazer o procedimento", disse a mulher em conversa com o militar na manhã em que morreu.

Ao TNH1, o policial afirmou que a mulher apenas pediu o número e disse que qualquer coisa ligaria, mas não entrou mais em contato. A reportagem conversou com o sargento para entender como ocorreu o primeiro chamado no caso de violência doméstica no primeiro semestre deste ano. O PM contou que a situação foi registrada no Conjunto Jardim Royal, no dia 24 de abril.

"Essa ocorrência do Jardim Royal chegou via Copom como violência doméstica. Fomos até o local onde estavam eles e a menininha de quatro anos na casa. A mulher não tinha nenhuma marca, machucado ou hematoma, mas ele estava todo arranhado das unhas dela, todo 'latanhado'. Conversamos com ambos a parte, tanto ela quanto ele falaram que viviam brigando, que ele estava com ela há algum tempo. [...] Ela falava que ele era ciumento, que brigava por besteira, tudo era motivo para brigar. Ela queria que ele saísse de casa. Ela não quis prestar queixa, nem fazer Boletim de Ocorrência na delegacia, só queria que ele saísse de casa. Conversamos com ele, ele aceitou, pegou as coisas dele e saiu de casa".

O policial detalhou que naquele dia, ao puxar a ficha do homem, percebeu que era extensa e tinha crimes como tráfico, tentativa de homicídio, furto e roubo.

"Mas não tinha mandado de prisão em aberto. Não tínhamos como fazer nada naquele momento. E nenhum dos dois quis prestar queixa um contra o outro. Ná época, deixei meu contato com ela, caso ela precisasse ligar. Ela deve ter perdido meu número, porque falou que às vezes eles tinham costume de quebrar o celular um do outro", relatou o sargento.

O caso - Eduarda e Vitor foram surpreendidos em casa, quando uma sequência de pelos menos 10 disparos de arma de fogo assustou a vizinhança, no Conjunto Novo Jardim, Cidade Universitária. A suspeita inicial é que os dois foram alvos de uma facção criminosa. A mulher morreu na hora e o homem foi socorrido em estado grave ao Hospital Geral do Estado (HGE), no Trapiche da Barra, onde permanece em estado crítico no centro cirúrgico. Uma menina de 4 anos, filha das vítimas, presenciou tudo.

O casal era novo na vizinhança, mas a polícia apurou que essa é a terceira mudança nos últimos três meses. Para a delegada Tacyane Ribeiro, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), 'tudo leva a crer que as vítimas estavam se escondendo, fugindo'.

"Há uma informação de que o casal seria informante da Polícia Militar, e por conta disso, integrantes da facção Comando Vermelho queriam ceifar a vida deles e estavam à procura deles há, mais ou menos, três meses. Essa informação de que integrantes queriam ceifar a vida deles pode sim ter procedência", disse a delegada.

Segundo a delegada, Eduarda e Vitor já tinham sido presos. "O casal tem passagem pelo sistema prisional. Ela por tráfico de drogas, em 2017, enquanto ele pelos crimes de roubo, tentativa de homicídio e tráfico de drogas'.

Quem souber de informações relevantes que possam ajudar na investigação pode entrar em contato no 181, o Disque Denúncia. O sigilo é assegurado pela polícia.

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