As horas de viagem e o inevitável cansaço causado pelo tempo de estrada não são suficientes para inibir a alegria e empolgação dos 12 trabalhadores alagoanos que foram resgatados de um trabalho análogo à escravidão, no Espírito Santo. O grupo, formado por moradores do município de Penedo, no Baixo São Francisco, estava há 14 dias em uma fazenda de café na cidade de Brejetuba, onde o sonho de uma vida melhor deu lugar a dias de angústia e incertezas.
A caminho de Alagoas, os trabalhadores fizeram uma parada na Bahia (vídeo acima), na manhã desta quinta-feira (16), para tomar café. Eles também tiraram o tempinho e melhora no sinal de telefonia para fazer contato com familiares e anunciar a tão esperada chegada:
"Se não acontecer nenhum imprevisto, chegamos em Penedo hoje umas 7 horas da noite", conta Wagna da Silva, de 43 anos, a única mulher do grupo. Ela trabalhava como cozinheira na fazenda, enquanto os outros 11 conterrâneos ficavam na colheita do café.
Os alagoanos estavam trabalhando sem carteira assinada e, ao chegar na fazenda, foram informados que teriam que pagar pelas ferramentas de trabalho e alimentação, o que gerou uma divida [ilegal] de quase 11 mil reais em somente 14 dias.
Os trabalhadores saíram do Espírito Santo na noite dessa quarta-feira (15), de onde partiram em uma van. A viagem está sendo monitorada pelo Ministério Público do Trabalho em Alagoas (MPT/AL), que acionou a Polícia Federal (PF) e o MPT do ES, após o caso vir à tona em um pedido de ajuda registrado em vídeo pelos penedenses.