Um jovem de 21 anos morreu espancado dentro de um clínica de reabilitação em Fernão Velho, em Maceió. A morte ocorreu na semana passada e a Polícia Civil está investigando o caso. Segundo informações divulgadas pela TV Gazeta, duas pessoas foram presas e outras duas estão foragidas.
Segundo informações repassadas pela família de Cledson Ney da Conceição Lima, ele foi espancado por quatro homens, que seriam internos da clínica de reabilitação. O jovem estava internado desde o dia 15 de abril de 2024.
"Estou sabendo pelo pessoal da clínica que foi por conta de um cigarro e que foram quatro caras internos também que bateram nele. Acho que foi uma negligência muito grande da clínica", disse Poliana Eulino da Conceição, que é irmã da vítima.
Ela disse ainda que essa foi a segunda vez que Cledison foi internado e, na primeira internação, ele havia sido agredido.
"Da outra vez bateram nele, mas separaram rápido e, enfim, ele não teve nenhuma lesão. E minha mãe deixou para lá, mas dessa vez o caso foi muito grave. Minha mãe colocou meu irmão para melhorar dentro de uma clínica e meu irmão sai morto da clínica", afirma a irmã de Cledison.
A mãe dele, Maria Eulina da Conceição, diz que só recebeu informações sobre a gravidade do que aconteceu no dia seguinte, quando recebeu um áudio de um dos monitores da clínica pedindo para que ela comparecesse à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) com urgência.
"A senhora tem que vir para a UPA, é urgente, urgente, urgentíssimo. O caso dele é grave. Venha o mais rápido possível", diz o áudio do monitor.
Maria Eulina disse que foi à UPA e, quando chegou lá, já encontrou o filho morto.
"Cheguei lá na UPA, olhei o meu filho, e ele já estava em óbito. Meu filho já estava morto. Eu abri o olho do meu filho e vi que ele já estava morto", afirma a mãe do jovem.
Cledison foi levado para o Hospital Geral do Estado (HGE) e a unidade de saúde constatou o óbito. No laudo, o hospital concluiu que a morte foi causada por lesão no tecido cerebral, traumatismo craniano e ação por instrumento contundente. No documento, há a confirmação de que houve homicídio por espancamento.
A defesa da clínica disse que os funcionários separaram o Cledison de outros pacientes que dividiam o quarto com ele por uma questão de segurança e que ele recebeu atendimento de uma enfermeira da clínica. Sobre a demora da vítima em receber atendimento, o advogado disse ainda que o jovem não apresentava sinais de que poderia ter complicações.
"Quando houve o ocorrido, a vítima se dirigiu à enfermaria, passou horas em observação e, após a sua saída, ele ficou conversando com os monitores e estava são e, aparentemente, consciente. Nada que foi identificado ali naquele momento poderia induzir para uma conclusão como a que aconteceu", diz o advogado Victor Cavalcante.
O advogado informou ainda que câmeras de circuito interno da clínica já foram cedidas à Polícia Civil.
Pacientes, funcionários e proprietários serão ouvidos pela Polícia Civil nos próximos dias.