Como parte da Jornada Nacional de Lutas, o MST, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, realizou 24 ocupações em 11 estados brasileiros, nesta segunda-feira, mobilizando mais de 20 mil famílias sem terra. O conjunto de ações acontece em todas as regiões do país até esta sexta-feira. A mobilização cobra o avanço da Reforma Agrária, além de marcar os 28 anos do Massacre de Eldorado do Carajás e os 40 anos de lutas do MST.
Ocorreram ocupações de terra e montagem de novos acampamentos em Sergipe, Pernambuco, São Paulo, Goiás, no Rio Grande do Norte, Paraná, Pará, Distrito Federal, Ceará, Rio de Janeiro e na Bahia, além de diversas atividades em outros estados.
Segundo o MST, muitas ocupações sofreram repressão policial e, em muitos casos, houve uso indiscriminado da força. Em São Paulo, agentes reprimiram as famílias e despejaram a ocupação na fazenda Mariana, em Campinas.
No Rio de Janeiro, o Movimento relatou que policiais cercaram o assentamento Josué de Castro, em Campos dos Goytacazes, e intimidaram as famílias assentadas com o uso de drones e bloqueadores de sinal. Segundo o MST, o assentamento foi criado pelo Incra em 2007 e já está totalmente regularizado. Houve conflito também em Goiás e no Distrito Federal e Entorno.
Nesta segunda-feira, o Governo Federal lançou o Programa Terra da Gente, com estimativa de beneficiar 295 mil famílias agricultoras em todo o país até 2026.
Em nota divulgada pelo MST, Ceres Hadich, da Coordenação Nacional do Movimento, pontuou que assentar é mais que distribuir ou regularizar terras. A nota chama atenção para um conjunto de demandas como água, luz, estradas, escolas, postos de saúde e assistência técnica, além do fortalecimento da Companhia Nacional de Abastecimento, com a recomposição do seu orçamento.
Fonte: Agência Brasil