O advogado e conselheiro afastado da Ordem dos Advogados de Sergipe (OAB-SE) acusado por uma colega de trabalho por estupro, foi indiciado por crime sexual, em Aracaju. A informação foi confirmada pela Secretaria de Segurança Pública de Sergipe, nesta quinta-feira (21). Segundo a advogada e então conselheira, o crime aconteceu em janeiro, após ela aceitar uma carona do colega.
Segundo a SPP, o inquérito foi instaurado no dia 5 de março e, durante a apuração dos fatos, foram realizadas perícias, oitivas e análise de imagens.
Na última segunda-feira (18), a vítima, a advogada Bruna Hollanda, se pronunciou publicamente pela primeira vez, através de uma transmissão ao vivo em uma rede social, para renunciar ao cargo de conselheira da Ordem motivada, segundo ela, pela falta de acolhimento da instituição.
O que diz defesa do advogado acusado - Em nota, a defesa informou que recebeu com consternação o indiciamento do cliente pelo crime sexual, já que o considera inocente. Disse também que aguarda a manifestação nos autos do Ministério Público e que, no momento propício, vai se manifestar no processo.
OAB de Alagoas se manifesta - Em nota, a Comissão da Mulher Advogada e da Comissão Especial da OAB de Alagoas manifestou preocupação com o caso de violência e exigiu celeridade na apuração dos fatos. Leia:
OAB de Sergipe voltou a se pronunciar - A diretoria da OAB Sergipe se pronunciou novamente nesta quinta-feira, por meio de nota, e reforçou que, desde o dia 19 de fevereiro, o investigado está afastado de todas as suas funções da OAB por decisão da diretoria, que tomou todas as providências de forma imparcial.
Informou ainda que desde que o processo foi despachado, no dia 19 fevereiro, foram feitos quase 40 contatos com a vítima para prestar o acolhimento. Reforçou também que compreende e se solidariza com a dor e com o difícil momento que a colega advogada está vivenciando. E que, certamente, não faltou e não faltará apoio moral, psicológico e jurídico por parte da OAB, que permanece à disposição para prestar todo acolhimento e informações necessários, ainda que os contatos oferecidos e as medidas adotadas não tenham sido considerados satisfatórios até o momento.
Relembre o caso - No boletim de ocorrência, obtido pelo g1, a advogada relata que, no dia 27 de janeiro, pediu ao suspeito, que foi seu colega de trabalho por sete anos, para acompanhá-la de um bloquinho de carnaval até o prédio da sede da OAB, onde ela pegaria um carro de aplicativo. Porém ele a teria oferecido uma carona e, no caminho, disse que precisaria passar em casa antes de levá-la até seu destino. No apartamento, ele teria dado um tapa no rosto dela e a empurrado e cometido o estupro em seguida.
A advogada registrou o caso no Departamento de Atendimento aos Grupos Vulneráveis (DAGV). À época, a OAB afastou o suspeito do conselho e abriu um processo ético disciplinar.