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Alagoas

Corpo em geladeira: Justiça aceita denúncia do MP contra pai e filho por morte de garçonete

Cortesia
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O crime que chocou os alagoanos no início deste mês ganhou mais um capítulo na Justiça. O Poder Judiciário recebeu, nesta sexta-feira, 15, a denúncia do Ministério Público de Alagoas (MPAL) contra Leandro dos Santos Araújo e Ademir da Silva Araújo, filho e pai envolvidos no assassinato de Flávia dos Santos Carneiro, a garçonete que foi brutalmente assassinada com mais de 20 facadas e teve o corpo escondido em geladeira no último dia 1º, no bairro Jacintinho, em Maceió. O caso veio à tona cinco dias depois, com o cadáver sendo desovado numa área de mata em Guaxuma.

O MPAL denunciou Leandro, genro de Flávia, por homicídio qualificado, por motivo fútil, meio cruel e feminicídio. Segundo a investigação, o jovem, que foi preso na última semana, desferiu 23 facadas contra a garçonete depois de mais um desentendimento entre os dois dentro da casa da vítima. Ele também foi denunciado por corrupção de menores e estupro de vulnerável, tendo como vítima a filha de Flávia, de iniciais M.S. dos S.C., com quem mantinha um relacionamento. A adolescente de 13 anos também participou do crime e foi apreendida.

O pai de Leandro, Ademir, também preso, deve responder por ocultação de cadáver, por ter ajudado o filho a se livrar do corpo da vítima. Ele teria entrado em contato com um homem que faz serviço de frete para que o trabalhador levasse a geladeira, com o cadáver, para uma residência no Benedito Bentes. Porém, depois teria mudado de ideia, e pedido para o fretista descartar o eletrodoméstico em uma mata.

O juiz Geraldo Cavalcante Amorim determinou que pai e filho devem apresentar resposta à acusação, no prazo de 10 dias, quando vão poder ser ouvidos de forma preliminar, com a junta de documentos. Os dois vão poder decidir, no ato da citação, se vão ser defendidos pela Defensoria Pública ou se vão contratar advogado particular. Caso os denunciados não forneçam respostas dentro do prazo, a defesa vai ser assumida por defensor público.

Após deferir o pedido do MPAL, a Justiça também definiu que o Instituto Médico Legal deve ser oficiado para, no prazo de 15 dias, remeter o laudo de exame cadavérico de Flávia.

O caso - O corpo de Flávia dos Santos Carneiro foi encontrado enrolado em um lençol dentro de uma geladeira na manhã de terça-feira (05). O refrigerador havia sido levado por um homem que faz serviço de frete até a Grota do Andraújo, em Guaxuma, e o cadáver foi flagrado pelo trabalhador no momento do descarte.

O corpo da garçonete foi encontrado pelo fretista no momento do descarte. Após perícia, foram identificadas cerca de 20 marcas de perfurações causadas por arma branca. A polícia apreendeu a adolescente e prendeu os dois homens - Leandro e o pai, que ajudou o filho no descarte do corpo.

O genro confessou ter matado a garçonete e confirmou que contou com a participação do pai e da namorada - filha da vítima, uma adolescente de 13 anos.

As versões dos suspeitos no depoimento

Os depoimentos de Leandro dos Santos Araújo, 23, e da adolescente M. S. dos S. C., 13, que admitiram a autoria do crime contra a garçonete Flávia dos Santos Carneiro, encontrada morta dentro de uma geladeira em Maceió, chocaram os alagoanos.

A filha da garçonete contou que encontrou o companheiro na casa da mãe após chegar da escola. Ela disse que sabia que Flávia ia chegar mais tarde do trabalho, porém foi surpreendida com o retorno da mãe mais cedo. M. S. dos S. C. então afirmou que Flávia "surtou" ao ver o genro e pegou uma faca para ir para cima dele, momento em que supostamente o namorado se feriu com um corte no dedo. Em seguida, o jovem teria dado um empurrão na mulher, o que teria feito ela cair desacordada, e depois usado a faca contra ela.

"Na noite da sexta-feira, eu estava em casa, cheguei da escola, meu namorado estava lá, arrumando as coisas lá em casa. Por volta das 20h, ela chegou em casa, só que nesse dia ela falou que ia chegar tarde, por volta das 22h. Quando ela chegou, ela surtou em casa, foi no armário, pegou uma faca e foi para cima dele. Nisso que ela foi para cima dele, a mão dele cortou, abriu aqui no dedo, ele empurrou ela e ela caiu desacordada. Ele pegou a faca e [inaudível]".

Durante os 20 minutos de relato, Leandro deu a versão dele sobre o que aconteceu na noite do dia 1º de março. Ele também disse que Flávia pegou a faca para atacá-lo, mas não citou ter se ferido com o corte no dedo. O jovem também expôs a relação conturbada com a sogra.

"A minha sogra disse que não queria ver a minha cara, que eu só iria pra lá quando ela não estivesse na residência. Eu só ia pra casa da minha mulher quando ela não estava em casa. No dia em que aconteceu isso aí [o crime], eu estava no quarto com a minha mulher, e ela disse que a minha sogra iria largar do trabalho às 10 horas. Aí eu fui beber água na cozinha, quando a minha sogra entrou e eu me escondi pra ela não me ver, mas quando eu saí ela acabou me vendo. Normalmente, eu pulava a janela, para não passar na frente da casa e ela não me ver. Eu não queria olhar na cara dela, pois ela disse que queria me matar por conta da última briga. Nesse momento, ela me chamou pra conversar e disse que estava cheia de ódio da minha cara, pelo que eu havia feito. Ela continuou dizendo que eu havia quebrado a casa dela todinha, eu dizendo que não havia quebrado. Eu questionei ela, dizendo que ela havia agredido a própria filha, a minha mulher. Eu ainda disse pra minha sogra que ela tinha idade pra ser a minha mãe, mas que não poderia bater em mim. Ela ainda me acusou de bater na cara da minha mãe e ainda chamar a filha dela de p*ta. Eu não fiz isso e quem fazia isso era a Flávia. Durante essa discussão, eu disse pra minha sogra que foi ela que veio pra cima de mim e, quando a minha mulher também disse o mesmo, a minha sogra começou a xingar. Ela foi pro quarto e disse que tinha que encher a minha cara de bala. Foi aí que ela levantou e foi na cozinha, pegou uma faca e veio pra cima de mim. Eu me esquivei, peguei a faca, apertei o pescoço dela e dei um mata leão nela".

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