O jovem apontado por fugir com uma criança de 12 anos de idade de Atalaia, em Alagoas, disse que agiu "sem pensar nas consequências" por gostar da menina.
Ele procurou a Gazetaweb para contar a própria versão, afirmando que tem 16 anos de idade e que saiu de Pernambuco para o estado alagoano de bicicleta, em busca da menina, com quem mantinha contato, segundo ele, desde fevereiro de 2023 pela internet.
A criança estava desaparecida desde a madrugada de domingo (14) e desde então era procurada pela família. Ela foi encontrada nesta terça-feira (16) na cidade de Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife.
A família da criança conseguiu acessar o Instagram da menina onde encontrou uma conversa dela, por volta de meia noite do domingo, preparando-se para sair de casa na companhia de uma pessoa, que seria esse adolescente de 16 anos.
Em relato à Gazetaweb, o menino disse que percorreu cerca de 260 km de bicicleta, saindo de Cabo de Santo Agostinho por volta das 4 horas da manhã, de sexta-feira (12), chegando a Messias, em Alagoas, às 21h do mesmo dia. Em seguida, ele disse que ficou em Messias, partindo pela manhã de sábado (13) para Atalaia.
A saída da menina da residência ocorreu por volta da meia noite, na madrugada de domingo (14).
"Eu saí de Pernambuco de bike. Cheguei lá [Atalaia] e a gente fugiu. Chegamos na metade do caminho e passou um amigo meu caminhoneiro que me reconheceu na BR, sentido Recife. Ele parou e levou a gente", afirma o jovem, dizendo que pegou a carona nas proximidades de Flexeiras.
Ele disse à Gazetaweb que mora com o pai, uma irmã, uma tia e a esposa da tia e que até o fechamento desta matéria, a família não sabia da repercussão do caso. Ele afirmou que os parentes chegaram a ver a menina entrando em casa, mas acharam natural e que, para viajar a Alagoas, inventou para os pais que dormiria na casa de um amigo.
"Eles acharam normal. Só não queria que ela ficasse muito tempo aqui por conta da idade dela", conta ele, dizendo ainda que, para não levar problemas para o pai, que teria problema de coração, decidiu buscar a mãe da menina para que ela voltasse para casa.
"Quem procurou a família dela para ela voltar para casa fui eu. Porque depois fiquei pensando no meu pai, que tem problema de coração e ele se estressa rápido. Se ele ficar sabendo disso não sei a reação dele. Então procurei a mãe dela, peguei o WhatsApp da mãe dela e falei com ela para ela [a menina] voltar. Ela não quis voltar para casa, mas conversei com ela para ela voltar para eu não ter problemas e nem meu pai", relatou o jovem, que acrescentou:
"Eu, sem cabeça, gostando muito dela, fui sem pensar nas consequências", afirmou o jovem.
Versão da Polícia Civil
Uma negociação entre a família da menina Layza Carolina dos Santos, de 12 anos, e o jovem com quem ela teria fugido resultou na localização da adolescente em Pernambuco, nesta terça-feira (16). De acordo com a Polícia Civil, os familiares da adolescente conseguiram um número de telefone do rapaz e o convenceram a deixá-la em um local público.
O delegado Gustavo Pires explicou que, de alguma forma, os parentes da menor começaram a falar com o jovem, sob orientação do delegado, firmaram o acordo para abandoná-la. Nas conversas, ele teria dito gostar dela.
Segundo Pires, Layza Carolina foi localizada perto de um hospital, na cidade de Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife. O rapaz ainda não foi identificado formalmente, mas teria dito que tem 16 anos. O delegado informou que ele deve responder, ao menos, por subtração de incapaz.
A adolescente vai passar por exames para comprovar se houve conjunção carnal e deve ser ouvida nesta quarta (17). O jovem também pode responder por estupro de vulnerável.
As circunstâncias da fuga da menina serão analisadas pelo delegado, que contou ter ouvido relatos de que ela e o rapaz teriam sido vistos na cidade de Messias de bicicleta, no sentido Recife.
