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Jogos

Menção a PCC no jogo Roblox assusta pais e mães

Game, criado pelos próprios usuários, mostra a prática de assaltos, comércio de armas e abordagens policiais. Especialistas alertam que jogadores podem responder por apologia ao crime

Foto do mapa que simula uma troca de tiros entre bandidos e a polícia
Foto do mapa que simula uma troca de tiros entre bandidos e a polícia

Um jogo de figuras lúdicas, personagens com corpos disformes e rostos felizes. A aparência de algo que pode parecer um jogo infantil contrasta com algumas das atividades realizadas por usuários do jogo Roblox, em um mapa chamado Favela do Batatata.

O local é um espaço onde os jogadores podem realizar atividades criminosas, como vender armas e roubar carros, ou operações e treinamentos policiais.

As ações violentas surpreenderam e assustaram uma mãe que decidiu acompanhar o filho de oito anos durante o jogo.

A jornalista Márcia Rodrigues conta que o filho disse que iria até o PCC e perguntou a ela o que significava a sigla. Outra mãe, Gabriela Berti, se assustou ao ouvir do filho de nove anos quais eram as atividades desempenhadas no jogo.


O que é o Roblox?

O Roblox é uma plataforma de criação de jogos aberta, que permite ao usuário criar do zero seu próprio mundo virtual, onde os milhares de jogadores da plataforma podem interagir. A Favela do Batatata é um desses espaços desenvolvidos por usuários do game.

Vídeos feitos por usuários da plataforma, e disponibilizados na internet, mostram os jogadores em tiroteios, negociando armas; mencionando nomes de facções criminosas reais, e fazendo abordagens e treinamentos policiais.

O jogo, que também possui outros mapas com missões que não envolvem crimes, tem classificação indicativa para maiores de 12 anos na loja de aplicativos da Google e para maiores de 13 anos na Apple Store.

Lançado em 2006, alcançou 48 milhões de usuários diários em 2022.

O jogo também se tornou um ambiente de negócios para desenvolvedores e empresas. O Banco do Brasil lançou o game do Brablox, uma ferramenta para que crianças e adolescentes pudessem aprender sobre educação financeira dentro da plataforma.

O advogado especialista em direito digital, Pedro Romanelli, analisa que, por se tratar de um jogo colaborativo, a plataforma só pode ser responsabilizada caso receba denúncias e não tome atitudes para remover o conteúdo. Por outro lado, Romanelli adverte que os usuários podem ser responsabilizados pela prática de apologia ao crime dentro da plataforma caso isso seja identificado.

Já o pediatra Daniel Becker afirma que a relação de crianças e adolescentes com jogos violentos pode tornar os jovens indiferentes à violência.

Em nota enviada à CBN, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo informou que não identificou registros de ocorrências policiais sobre o jogo.

A CBN procurou a empresa Roblox, responsável pela plataforma, mas não obteve retorno.

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