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Maceió

Grupo invade área desocupada e danifica equipamentos de monitoramento das minas

Vasni Soares / TV Pajuçara
Vasni Soares / TV Pajuçara

A Defesa Civil de Maceió confirmou, nesta quinta-feira, 4, que dois equipamentos de monitoramento das minas da Braskem, instalados na região de instabilidade de solo, foram danificados por criminosos, no final do ano.

Segundo o órgão municipal, os equipamentos avariados eram um DGPS (Differential Global Positioning System) e um sismógrafo. O caso aconteceu no dia 29 de dezembro, momento em que as autoridades perceberam que os dados dos dispositivos pararam de ser transmitidos.

"A Defesa Civil informa que já tomou as medidas cabíveis para que os responsáveis pelos equipamentos danificados sejam responsabilizados, assim como solicitou que os mesmos fossem recolocados. O órgão reforça que esses equipamentos são de extrema importância para o monitoramento da região, por fornecerem dados precisos sobre a movimentação do solo e, qualquer dano pode ser prejudicial à própria população", diz a nota da Defesa Civil.


O TNH1 procurou a Braskem para saber mais informações sobre o ocorrido. Leia a nota:

"A Braskem esclarece que os dois equipamentos vandalizados estavam situados em um imóvel em Chã de Jaqueira, fora do mapa de desocupação definido pela Defesa Civil de Maceió em 2020. Esse imóvel foi desocupado sem o prévio conhecimento da Braskem. A empresa informa que já está em tratativas com as autoridades para definir a reposição dos dois equipamentos vandalizados".

Entenda a situação - Após a Defesa Civil de Maceió alertar sobre o colapso iminente da mina 18, da Braskem, no Mutange, cerca de 23 famílias tiveram que ser retiradas das casas que estão localizadas na área de risco e a Prefeitura de Maceió decretou estado de emergência na capital por 180 dias. A Justiça Federal, inclusive, autorizou o uso de força policial, caso os moradores recusassem a sair.

O caso é um desdobramento dos tremores de terra que começaram a ser sentidos pela população do Pinheiro, Bebedouro, Mutange, Bom Parto e parte do Farol em março de 2018, causados pela mineração de sal-gema feita pela Braskem desde a década de 70 naquela região, conforme apontou o Serviço Geológico do Brasil.

A Justiça Federal determinou, na manhã da quinta-feira, 30 de novembro, que a Braskem adote providências em relação ao novo mapa elaborado pela Defesa Civil Municipal, que inclui no PCF novos imóveis localizados no Bom Parto. A mineradora comunicou aos acionistas e ao mercado que o valor atribuído à causa pelos autores da ação é de R$ 1 bilhão. Desde então o caso tem sido acompanhado pelo Governo Federal e vários órgãos fiscalizadores junto à mineradora Braskem.

O presidente da Braskem, Roberto Bischoff, afirmou na segunda-feira, 4 de dezembro, que nos últimos quatro anos foram realocadas 40 mil pessoas - a estimativa dos órgãos é que o número seja de quase 60 mil - em 14,5 mil imóveis e mais de 97% das propostas de indenização foram aceitas e pagas por meio do Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação (PCF). O comentário foi feito ao Estadão durante o 28º Encontro Anual da Indústria Química (Enaiq), evento tradicional do setor químico promovido pela Associação Brasileira de Indústrias Química (Abiquim).

Depois de registrar afundamento superior a 2 metros ao longo de duas semanas, a mina 18 sofreu rompimento às margens da laguna Mundaú no dia 10 de dezembro. O fato provocou angústia em moradores que ainda seguem residindo em regiões próximas.

A Polícia Federal deflagrou, na manhã da quinta-feira, 21 de dezembro, a Operação Lágrimas de Sal, que apura os crimes cometidos no decorrer dos anos pela exploração de sal-gema feita pela Braskem. De acordo com a PF, foram identificados indícios de apresentação de dados falsos e omissão de informações relevantes aos órgãos públicos responsáveis pela fiscalização da atividade. Segundo a PF, técnicos que atuaram na avaliação dos rompimentos das barragens de Mariana (2015) e Brumadinho (2019), em Minas Gerais, vão colaborar na investigação.

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