A produção de café no Brasil atingiu um novo recorde, com a colheita de 55,1 milhões de sacas beneficiadas, representando um aumento de 8,2% em relação ao ciclo anterior. Esses dados foram divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em seu 4º Levantamento da Safra de Café 2023. O crescimento da produção é resultado da recuperação da produtividade, que aumentou em torno de 6,3%, atingindo uma média de 29,4 sacas colhidas por hectare. Além disso, houve um aumento de 1,8% na área em produção, totalizando 1,87 milhão de hectares. Apesar de ser um ano de bienalidade negativa, ou seja, um ano em que a produção é naturalmente menor, o volume colhido é o terceiro maior da série histórica. Isso se deve à recuperação da produção das lavouras de café arábica, que representa 70,7% do total produzido no país. A produção de café arábica foi de 38,9 milhões de sacas, um aumento de 18,9% em relação à safra anterior. Esse crescimento é resultado de um aumento de 2,3% na área em produção e de condições climáticas mais favoráveis.
Minas Gerais, principal produtor de café do país, terá um volume de aproximadamente 29 milhões de sacas colhidas, um aumento de 32,1% em comparação com a safra anterior. Apesar dos efeitos da bienalidade negativa, as lavouras apresentaram um crescimento de 24,2% na produtividade. Outros estados produtores de destaque são São Paulo, que terá uma produção de 5,03 milhões de sacas, um aumento de 14,7%, o Paraná, com um aumento de 51,5% na produtividade e uma produção estimada em 718,5 mil sacas, e a Bahia, que teve uma queda de 12,8% na colheita, totalizando 1,1 milhão de sacas. Em relação ao café conilon, é esperada uma queda de 11,2% na produção em comparação com a safra passada. A colheita estimada é de 16,17 milhões de sacas. Essa redução é resultado de uma menor produtividade causada por condições climáticas adversas no Espírito Santo, principal estado produtor. No acumulado de janeiro a novembro deste ano, as exportações brasileiras de café foram de 34,9 milhões de sacas de 60 quilos, uma redução de 4,1% em comparação com o mesmo período do ano passado.
Essa queda foi influenciada pela restrição dos estoques no início do ano. No entanto, com o aumento da produção na safra atual, houve uma recuperação na oferta interna e nas vendas ao mercado internacional. A expectativa é que as exportações de café ao final deste ano se aproximem do volume total embarcado em 2022. Apesar da queda nas exportações, os preços internacionais do café continuam em patamares atrativos. Isso se deve à restrição dos estoques na safra 2023/24, devido à limitação da produção global nos ciclos anteriores, combinada com o aumento do consumo global do produto, que está previsto em 170,2 milhões de sacas de 60 quilos, um novo recorde e um aumento de 1,2% em relação ao ciclo anterior.
Fonte: Jovem Pan