A Braskem foi multada em R$ 72 milhões pelo Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA) pelos danos ambientais e pelo risco de colapso e desabamento da mina 18, na região do Mutange, em Maceió. Conforme divulgou o IMA nesta terça-feira, 5, desde 2018, a Braskem já foi autuada 20 vezes pelo instituto.A empresa também foi multada por omissão de informação sobre a situação da mina, segundo a autuação. Segundo o IMA, as atividades da Braskem afetam, direta ou indiretamente, “a segurança e o bem-estar da população, gerando condições desfavoráveis para as atividades sociais e econômicas”. Neste caso, o valor da multa é de R$ 70.274.316,30. Ainda segundo o órgão, a Braskem teria omitido informações sobre a obstrução da cavidade da mina 18, que foi detectada no dia 7 de novembro. A multa neste caso é de apenas R$ 2.027.143,92. Por conta da crise na capital alagoana, a empresa cancelou sua participação na na Conferência Climática da ONU, a COP28. Em nota à Reuters, a companhia alegou que "achou melhor cancelar sua participação em alguns painéis para evitar que o assunto sobrepujasse quaisquer outras discussões técnicas, dificultando eventuais contribuições que a empresa pudesse oferecer". O presidente executivo da Braskem, Roberto Bischoff, declarou nesta segunda-feira, 4, que existe a possibilidade de acomodação do solo na área de mina 18, que está em risco de colapso, mas que não é possível afirmar qual será o resultado.
A Defesa Civil afirmou em nota que a cidade está em alerta. O órgão informa, ainda, que o deslocamento vertical acumulado da mina n° 18 é de 1,86m e a velocidade vertical é de 0,27 cm por hora, apresentando um movimento de 6,2 cm nas últimas 24h, sendo que já foi de até 5 cm por hora às 23h53 no dia 29. da mina 18. A mineração na capital de Alagoas iniciou na década de 1970, para a extração de sal-gema, minério utilizado para fabricar soda cáustica e PVC, e com a autorização do poder público. Em 2018 começaram a surgir as primeiras grandes rachaduras no bairro Pinheiro. Meses depois, moradores dos bairros Mutange e Bebedouro também relataram o surgimento de rachaduras em suas residências. Em novembro de 2019, a Braskem anunciou o fechamento das minas de extração em Maceió. entretanto, esse trabalho de fechamento leva cerca de 10 anos para estabilizar o solo na região. Até então, mais de 14 mil imóveis foram desocupados, afetando mais de 60 mil pessoas e tornando áreas da capital em bairros fantasmas. Na noite desta segunda-feira, 4, a Defesa Civil de Alagoas registrou um aumento na velocidade do afundamento da mina após quatro dias de desaceleração.
Fonte: Jovem Pan