A secretária para assuntos da América Latina e Caribe do Itamaraty, embaixadora Gisela Padovan, declarou nesta segunda-feira, 4, que não acredita em uma guerra entre Venezuela e Guiana e que espera uma solução pacífica para o momento de tensão entre os dois países. Neste final de semana, um referendo aprovou, com o voto da ampla maioria dos venezuelanos, a anexação de 70% do território da Guiana, na região de Essequibo. A tomada do local é defendida pelo presidente Nicolás Maduro, que propôs o referendo já de olho nas eleições do ano que vem. “Não posso ler o que o outro governo está pensando, mas seria totalmente indesejável, no momento que a gente está retomando a integração e as reuniões dos 12 países sobre os mais variados temas, inclusive de defesa, que houvesse um movimento unilateral. Espero que não haja. As condições do terreno também não são fáceis, se você olhar o mapa, vai ver que não é uma região fácil”, afirmou a embaixadora em entrevista à Jovem Pan News.
Recentemente os Estado Unidos decidiram flexibilizar alguma sanções que foram impostas contra a Venezuela, desde que o país siga alguma condicionantes, como a realização de eleições claras, transparentes e democráticas em 2024, e a libertação de presos políticos. A região de Essequibo, apesar de difícil acesso, é rica em minérios e petróleo. Este seria o interesse econômico no território, que representa quase 70% do território guianense. Vale destacar que o único acesso venezuelano para a Guiana é por meio de uma estrada que corta o território brasileiro, em Pacaraima, no município de Roraima. Por esta razão, um batalhão das Forças Armadas brasileiras está de prontidão para reforçar a segurança da região da fronteira com a Venezuela e Guiana à medida que aumenta a tensão entre os dois países.
*Com informações do repórter Rodrigo Viga
Fonte: Jovem Pan