Em declaração à imprensa em Brelim ao lado do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, instou todas as partes envolvidas no acordo entre Mercosul e União Europeia a encontrar uma maneira de fechar o acordo comercial há muito tempo negociado entre os blocos. “Peço a todos os envolvidos que sejam tão pragmáticos e dispostos quanto possível a chegar a um compromisso para que possamos terminar isto”, declarou Scholz nesta segunda-feira, 4. A declaração do alemão vem após o presidente da França, Emmanuel Macron, declarar durante o final de semana que não é a favor desse acordo e que ninguém tem a ganhar com ele. Pronunciamento que jogou um balde de água fria nos planos do líder brasileiro e da Comissão Europeia que pretendiam firmar o acordo até o final do ano.
Apesar desta pequena desavença, a Comissão Europeia reafirmou a sua disposição de concluir as negociações de um acordo de associação com o Mercosul “o quanto antes”, mas não se comprometeu com a meta de concluí-lo antes do final do ano. “Posso confirmar que a UE e o Mercosul estão mantendo conversas intensas e construtivas com o objetivo de finalizar um acordo de cooperação política e comercial”, declarou o porta-voz Balasz Ujvari na entrevista coletiva diária da CE. Segundo o representante, “as negociações continuarão em um espírito construtivo e com a ambição de concluí-las o mais rápido possível”. No entanto, perguntado se podem ser concluídas antes do final do ano, como era o objetivo, disse que não pode se “comprometer com um cronograma nesta fase” e insistiu que as partes trabalham para concluir o acordo “o mais rápido possível”.
Lula disse que não vai desistir do acordo entre Mercosul e União Europeia. "Enquanto eu puder acreditar que é possível fazer esse acordo, eu vou lutar para fazer. Porque, depois de 23 anos, se a gente não concluir o acordo, é porque, eu penso que nós estamos sendo irrazoáveis com as necessidades que nós temos de avançar nos acordos políticos, sociais e econômicos", declarou. Ele ainda afirmou que acredita que este é um "momento decisivo" para o acordo, com a proximidade da reunião da cúpula do Mercosul, que será realizada entre 6 e 7 de dezembro, no Rio de Janeiro. "Não vou desistir enquanto não conversar com todos os presidentes e ouvir o não de todos", completou.
*Com agências internacionais
Fonte: Jovem Pan