Ao descer do palanque, o novo presidente eleito da Argentina, Javier Milei, se depara com uma grave crise econômica e deve ter grandes dificuldades em torno das alianças políticas que teve que selar na formação do novo governo. Em entrevista à Jovem Pan News, o economista Roger Correia discorda que o fim do Banco Central argentino, proposta encampada por Milei na campanha, deva de fato acontecer: “Algumas medidas um pouco mais radicais ele já percebeu que não vai dar para implementar realmente tudo o que ele quer. O Banco Central é um regulador de mercado e um regulador da taxa de juros. Não tem como entrar em um país e falar que a partir de amanhã o Banco Central inexiste”. Outra proposta polêmica de Milei passa pela dolarização da economia, promessa feita frente a uma das maiores taxas de inflação do mundo. Em outubro, a inflação acumulada dos últimos 12 meses alcançou 142,7% na Argentina, patamar mais alto desde agosto de 1991.
“O maior fantasma de uma nação é o fantasma chamado inflação. Quando você entra em um supermercado e, no final do dia, o que você comprou de manhã está mais caro, fica muito difícil (…) A medida da dolarização emergencial é para ‘tirar o paciente da UTI’. É algo que realmente pode ser extremamente eficiente para a economia argentina neste primeiro momento”, explica Correia. No entanto, a dolarização esbarra justamente na ausência de reservas em dólar na Argentina.
*Com informações do repórter Marcelo Mattos
Fonte: Jovem Pan