A Polícia Civil de São Paulo prendeu nesta sexta-feira (1º) Marcos Rogério Machado de Morais. Ele é apontando como o responsável por projetar e supervisionar o túnel que permitiu o histórico furto dos cofres do Banco Central, em Fortaleza, e estava foragido havia mais de 12 anos.
A polícia não informou se o preso apresentou advogado.
O furto à sede do BC na capital do Ceará ocorreu nos dias 5 e 6 de agosto de 2005 e é considerado o maior registrado a um banco na história recente do Brasil. Foram levados, ao todo, R$ 164,8 milhões (cerca de R$ 445 milhões, em valores corrigidos pela inflação), em cédulas de R$ 50 que somavam aproximadamente 3,5 toneladas.
Morais acabou preso por policiais da 1ª Delegacia Patrimônio (Investigações sobre Roubo e Latrocínio), ligada ao Deic (Departamento de Investigações Criminais) na capital. Ele estava no estacionamento de um shopping center em Sorocaba (a 99 km de SP). Segundo a Polícia Civil, não houve resistência à prisão.
Apontado como o "engenheiro do grupo", Morais fugiu da penitenciária IPPOO 2 (Instituto Penal Professor Olavo Oliveira 2), em Itaitinga (CE), em fevereiro de 2011. Ele foi resgatado da cadeia por um grupo armado, junto com outro acusado do assalto ao Banco Central e mais oito presos.
A partir de investigações do setor de inteligência do Deic, a polícia passou a apurar informações de que o procurado estava frequentando um imóvel na cidade de Salto, município vizinho de Sorocaba.
Ele passou a ser monitorado até ser encontrado nesta sexta no shopping no bairro no Parque Reserva Fazenda Imperial.
O preso capturado foi levado para a sede do Deic na região do Carandiru, na zona norte de São Paulo, em um carro descaracterizado da polícia.
Os policiais também cumpriram mandado de busca e apreensão no imóvel em um condomínio de Salto, onde morava a companheira do homem preso.
Mais de 30 pessoas participaram do histórico assalto, quando ladrões surpreenderam a polícia por sua engenhosidade.
A quadrilha invadiu a caixa-forte do banco por meio de um túnel cavado a partir de uma casa da região. O imóvel foi reformado e as escavações ocorriam sob a fachada de uma empresa de gramas sintéticas, o que justificava a saída de terra.
O túnel usado tinha cerca de 80 metros de extensão e era revestido de madeira e lona plástica. Ele contava ainda com sistemas de iluminação elétrica e ventilação. Quando atingiram a caixa-forte, os ladrões ainda perfuraram o piso de 1,1 metro de espessura.
A ação cinematográfica do bando foi parar nos cinemas em 2011. O filme "Assalto ao Banco Central" contou os bastidores da ação criminosa. No ano passado, a Netflix produziu um documentário, "3 Toneladas - Assalto ao Banco Central", com três episódios.