Os ‘reféns perdidos’ ameaçam a continuação da trégua entre Israel e Hamas que acontece desde o dia 24 de novembro e já libertou 81 pessoas, alguns diretamente ligados ao acordo firmado pelos dois envolvidos na guerra entre Israel e Hamas, e outros por negociações paralelas, e concedeu liberdade a 180 presos palestinos. A preocupação neste momento, em que o cessar-fogo tem previsão de encerrar na quinta-feira, 30, às 7h (2h em Brasília), é porque nem todos os sequestrados estão ao alcance do Hamas. Em declaração feita no domingo, o primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman al-Thani, em entrevista a ‘Financial Times’, condicionou a prorrogação da trégua ao esforço do movimento palestino para recuperar 40 reféns que não estariam sob custódia do Hamas. “Um dos propósitos da pausa é que eles tenham tempo para buscar pelo resto dos reféns desaparecidos”, disse o premiê.
Nesta terça-feira, 28, Estados Unidos, Egito e Catar, que participam das negociações da trégua, informaram que ela pode se estender por mais dias, como previsto na clausulá inicial do acordo, porém, é necessário que o grupo islâmico liberte por dia 10 reféns. Essa ameça a trégua ganha evidência agora diante do aumento das dúvidas sobre quantos reféns estariam sobre o controle do Hamas, já que, durante o ataque realizado em 7 de outubro, há informações de que outros grupos palestino também teriam se envolvido na invasão e capturado reféns, o que os deixa na mãe de várias facções. Antes do acordo, os israelenses estimavam que 240 pessoas haviam sido sequestradas. Um comunicado da Human Rights Watch (HRW), divulgado após o ataque, mostrou que apenas 200 reféns estavam sob controle do Hamas, cerca de 30 estariam com a Jihad islâmica e os demais estariam com outras facções. Mesmo que atualmente Hamas e Jihad Islâmicas estejam atuando em conjunto, Hans-Jakob Schindler, diretor do thinktank Counter Extremism Project, à ‘Sky News’, declarou que os grupos são competidores pelo controle de Gaza.
“Não é totalmente certo dizer que o Hamas pode conseguir a libertação de nenhum prisioneiro em posse da Jihad Islâmica”, disse. “Há uma bem-desenvolvida economia de contrabando em Gaza, há décadas, muito antes do Hamas tomar o controle, organizada por redes de famílias criminosas. É possível que reféns não estejam nem com o Hamas e nem com a Jihad Islâmica, mas com essas organizações criminosas”, concluiu Schindler. Ao redor do mundo, outras nações e autoridades questionam o controle total do Hamas sob os reféns. O jornal britânico, ‘The Independent’, estima que 100 reféns não estão com o Hamas. Apesar de se mostrar disposto a manter o cessar-fogo por mais tempo, Israel não tem interesse em fazer desse fato algo eterno, pelo contrário, já disse que quando colocar fim a trégua, as hostilidades vão recomeçar e eles vão cumprir com seu principal objetivo: aniquilar o Hamas.
Fonte: Jovem Pan