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Jornal da Manhã

Incêndio no Pantanal preocupa especialistas: "Pode não voltar a ser como era"

O calor no Brasil agravou ainda mais as queimadas no Pantanal, região conhecida pela riqueza da biodiversidade, que enfrenta a maior seca das últimas décadas.

Foto: Reprodução internet
Foto: Reprodução internet

O calor no Brasil agravou ainda mais as queimadas no Pantanal, região conhecida pela riqueza da biodiversidade, que enfrenta a maior seca das últimas décadas. Por conta do avanço das chamas, muitos animais não conseguem escapar. A situação assusta especialistas, que alertam sobre os riscos do Pantanal não voltar a ser como era antes. “Tinham dois focos grandes. Um no Parque Estadual Encontro das Águas e outro no Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense. Os dois estavam convergindo na região da Transpantaneira. Qualquer um deles poderia chegar por lá. Prevíamos isso antes”, disse o biólogo Gustavo Figuerôa. Os principais focos de incêndio estão no Parque Estadual Encontro das Águas considerado o maior refúgio de onças-pintadas do mundo, e no Parque Nacional do Pantanal. O fogo chegou a ser controlado, mas retornou depois que raios atingiram a região. A falta de chuva, as altas temperaturas e ventos fortes dificultam o combate ao incêndio. Um cenário difícil também para quem tenta conter o fogo, “Agora se concentra na região do Pantanal. Ou a gente infiltra esses bombeiros militares através de helicópteros ou por embarcações que descem da Ilha Camargo e gasta até meia-hora para estarem no local onde tem concentração de fogo. Entretanto, há a importância das aeronaves no combate e auxílio às equipes. Elas ajudam na diminuição da intensidade das chamas. O Corpo de Bombeiros conseguiu controlar e extinguir esses incêndios em duas oportunidades”, explicou o coronel tenente-coronel Aires.

As altas temperaturas dos últimos dias, a tendência é que a situação no Pantanal se agrave. O fogo já destruiu mais de um milhão de hectares , três vezes mais do que no ano passado. Em vista a região, o chefe da Casal Civil do Mato Grosso, Fábio Garcia, admitiu que o combate ao fogo é um desafio. “O governo do Estado já deslocou três aeronaves com 3 mil litros de água cada uma. Um helicóptero, 11 embarcações e mais de 100 pessoas combatendo os focos de incêndio no Pantanal. Essa estrutura se junta às enviadas pelo governo federal para diminuir a intensidade do incêndio”. A situação também faz com que os fogos cruzem estradas, como a Transpantaneira. Ela cruza a maior planície alagada do planeta. “É muito difícil que o Pantanal volte a ser o que era. Ele pode se recuperar e virar outra coisa, mas voltar a ser o que era é muito difícil. Em 2020, o bioma sofreu com o maior incêndio da história, que queimaram mais 3 milhões de hectares. No ano seguinte queimou de novo e agora mais uma vez. A anela de resiliência que o bioma tem para se recuperar vai se fechando. Infelizmente, isso só vai ser controlado por outra força da natureza, que é a chuva”, destacou Gustavo Figuerôa. Em Sorriso-MT, a seca e a onda de calor tem assustado os produtores rurais. O secretário de Meio-Ambiente do município, Marcelo Lincoln, estuda medidas para diminuir os impactos no setor.

*Com informações do repórter Bruno Pinheiro

Fonte: Jovem Pan

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