Familiares de Carla Janiere da Silva Barros contaram que a mulher vivia um relacionamento abusivo com o marido, Jeferson Marcos Timóteo. A empresária foi morta a tiros pelo companheiro, dentro da sua loja, na cidade de Murici, nessa terça-feira (14). Segundo os parentes, a vítima já havia sido agredida por ele outras vezes.
De acordo com a Laura Gomes, prima de Jane - como a vítima era chamada por familiares e amigos -, as brigas que ocorriam entre o casal eram motivadas pelo ciúme excessivo de Jefferson. Conforme explicou, o suspeito era muito possessivo e não permitia que a esposa tivesse vida além do trabalho.
"Ele era muito ciumento, possessivo, não deixava ela usar roupa curta, não podia ir para a academia, não deixava ela sair com ninguém, era de casa para o trabalho, do trabalho para casa. Ele já agrediu ela, mas sempre prometia mudar e ela dava uma segunda chance, mas a gente sabia que nada disso era verdade", disse Laura, em entrevista à imprensa.
Segundo ela, o casal chegou a ficar separado por três ou quatro meses. Há pouco mais de um mês, o casal se mudou da cidade de Porto Calvo para Murici, onde a vítima abriu uma segunda loja de roupas. Para a família, ele premeditou o crime ao tirá-la de perto da família.
"Ela era uma pessoa incrível, o sonho dela era ter essa loja e ele destruiu esse sonho. A gente não queria que ela fosse para Murici, mas ele insistiu, tirou ela de perto da gente e levou para lá. Acho que ele estava com tudo arquitetado", afirma.
"Cheguei a me encontrar com ela no início do mês passado, ela falou que ia abrir a loja, mas disse que ele estava muito obcecado, não deixava ela sair. Ninguém da família gostava dele, justamente porque ele a agredia", ressaltou.
O crime
Carla Janiere da Silva Barros foi morta pelo marido, momentos depois de um desentendimento, dentro da loja da vítima, na cidade de Murici. Um vídeo gravado por uma funcionária mostra a discussão. Nas imagens, é possível ver Jeferson com um comportamento agressivo e fazendo ameaças à esposa.
O vídeo foi gravado por uma terceira pessoa, identificada como Débora, que estava na loja pertencente à vítima. Carla Janiere pede, por mais de uma vez, que ela grave as imagens. Em determinado momento, Jeferson bate no balcão do estabelecimento e quebra parte dele, mesmo com os apelos da esposa para que ele parasse.
Débora avisa a Jeferson que está gravando ele batendo na esposa. Nesse momento, ele nega que bateu e diz que ela pare de "puxar o saco dela [de Carla] e de chamá-la de patroa e ele de funcionário".
A discussão continua e Carla pede, mais uma vez, que Débora continue filmando, que ela iria levar as imagens para um advogado. É quando Jeferson faz uma clara ameaça e diz: "Você não vai precisar de advogado, pode ter certeza".
