De olho nas discussões sobre a meta fiscal do governo Lula, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central defendeu em seu comunicado desta quarta-feira, 1º, que a gestão se empenha em cumprir a meta proposta de déficit zero em 2024. “Tendo em conta a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária, o Comitê reafirma a importância da firme persecução dessas metas”, pontuou o grupo. O assunto entrou em destaque após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmar que dificilmente sua gestão vai conseguir garantir que as contas públicas terminem o ano de 2024 com déficit zero, meta prevista no Projeto de Lei Orçamentária Anual.
Em conversa com jornalistas, ele afirmou que não quer seguir um objetivo que o obrigue a começar o ano fazendo corte de bilhões em obras consideradas prioritárias pelo governo. "Eu acho que, muitas vezes, o mercado é ganancioso demais e fica cobrando uma meta que ele sabe que não vai ser cumprida. Eu sei da disposição do [Fernando] Haddad, sei da vontade do Haddad. Sei da minha disposição, mas quero dizer para vocês que nós dificilmente chegaremos à meta zero, até porque eu não quero fazer cortes em investimento de obras", declarou.
A fala gerou questionamentos para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ele declarou nesta segunda-feira, 30, que não há descompromisso da gestão petista com o orçamento. Questionado por jornalistas, ele evitou afirmar se a meta seria mantida e se mostrou irritado com os questionamentos. Contudo, o ministro ponderou que poderá antecipar medidas de arrecadação previstas para 2024 para realizar o ajuste fiscal. Em mais de uma ocasião, ele se esquivou de questionamentos sobre a possível alteração da meta fiscal de 2024 ao ser abordado por jornalistas nesta terça-feira, 31. Ele também se retratou sobre se recusar a afirmar se a meta seria mantida e se mostrar irritado ao tratar sobre o tema em entrevista coletiva nesta segunda, 30, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) .
Fonte: Jovem Pan