O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, afirmou neste sábado, 28, que a guerra contra o movimento islamita palestino Hamas “entrou em uma nova fase”, depois de uma noite de bombardeios intensos e de uma incursão terrestre do Exército israelense na Faixa de Gaza. “Entramos em uma nova fase da guerra. Ontem, a terra tremeu em Gaza”, disse Gallant em um vídeo divulgado pelos seus serviços de comunicação. Também neste sábado, o porta-voz do Exército israelense, Daniel Hagari, emitiu um “apelo urgente” aos cidadãos do norte da Faixa de Gaza e da cidade de Gaza para que se mudem para o sul “imediatamente”. "Atenção cidadãos de Gaza, ouçam com atenção. Este é um comunicado militar urgente das Forças de Defesa de Israel. Para sua segurança imediata, nós pedimos com urgência que todos os moradores do norte de Gaza e da Cidade de Gaza se realoquem para o sul temporariamente. Eu vou repetir, nós pedimos com urgência que todos os residentes do norte de Gaza e da Cidade de Gaza para se realocar para o sul imediatamente. Esta é uma medida temporária. Voltar ao norte será possível assim que as intensas hostilidades cheguem ao fim”, diz um trecho do comunicado publicado pelas Forças de Defesa de Israel (FDI).
O Hamas, por sua vez, disse ter bombardeado veículos israelenses em Gaza, segundo a BBC. De acordo com o grupo terrorista, o ataque ocorreu no noroeste de Gaza, em resposta à invasão das tropas de Israel. No 22º dia do conflito, que provocou milhares de mortos, o território palestino de Gaza, sitiado por Israel e onde 2,4 milhões de habitantes vivem na pobreza, privados de tudo, está agora isolado do mundo devido ao corte das comunicações e de Internet. “As bombas caíam de todos os lados: da marinha, da artilharia e dos aviões”, disse à AFP Alaa Mahdi, morador do campo de refugiados de Shati, na parte norte da Faixa. “A quem estão atingindo? A resistência? Não, as pobres pessoas”, acrescentou este homem de 54 anos, que afirma que o efeito das bombas em Shati é “pior que o de um terremoto”. A ONU diz temer uma “avalanche de sofrimento humano” na Faixa de Gaza, onde o Exército israelense promove uma devastadora campanha de bombardeios desde 7 de outubro, em retaliação à ofensiva sem precedentes que os milicianos do Hamas lançaram em território israelense e que deixou 1.400 mortos, a maioria civis de todas as idades. Entre os mortos estão mais de 300 militares.
O Ministério da Saúde do Hamas, que governa Gaza, afirmou no seu último relatório neste sábado que 7.703 pessoas, principalmente civis, morreram nos bombardeios israelenses. Segundo o Hamas, mais de 3.500 crianças estão entre os mortos. Neste sábado, o porta-voz do serviço de Defesa Civil de Gaza informou que centenas de edifícios e casas foram “completamente destruídos” apenas nos bombardeios israelenses da madrugada. O Exército de Israel disse ter atingido “150 alvos subterrâneos” no norte da Faixa de Gaza, onde afirma que o Hamas conduz suas operações a partir de uma gigantesca rede de túneis. O Exército afirmou ter matado “vários terroristas do Hamas”, incluindo um dos responsáveis pela organização da ofensiva de 7 de outubro. Segundo jornalistas da AFP em Gaza, os bombardeios israelenses por aviação e artilharia continuaram neste sábado. Durante a noite, o Hamas relatou intensos confrontos entre os seus combatentes e soldados israelenses, que atacaram Beit Hanun, no norte da Faixa, e Al Bureij, no centro. Os militares israelenses confirmaram que as suas forças haviam operado “dentro de Gaza”, tal como fizeram nas duas noites anteriores. Em resposta, o Hamas disparou foguetes contra várias cidades de Israel.
Erdogan diz que Ocidente é culpado pelo ‘massacre de Gaza’
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, acusou neste sábado o Ocidente de ser “o principal culpado pelos massacres em Gaza”. “Os principais culpados dos massacres em Gaza são os ocidentais. Com exceção de algumas consciências que levantaram a voz, estes massacres são inteiramente obra do Ocidente”, disse o chefe do Estado turco em um “comício de apoio à Palestina” que reuniu centenas de milhares de pessoas em Istambul.
*Com informações da AFP
Fonte: Jovem Pan