O deputado federal Danilo Forte (União Brasil-CE), relator da Lei de Diretrizes Orçamentário (LDO), afirmou que a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a meta fiscal é “brochante”. Em nota divulgada à imprensa e compartilhada também em suas redes sociais, o parlamentar lamentou que o chefe do Executivo não tenha garantido que as contas públicas terminem o ano de 2024 com déficit zero. No entendimento de Forte, a fala também “constrange” Fernando Haddad (PT), ministro da Fazenda, que busca por um equilíbrio nas contas públicas. “As declarações do presidente Lula sobre o abandono da meta fiscal causam constrangimento ao ministro Fernando Haddad, que tem lutado muito para o atingimento do déficit zero a partir da aprovação da agenda econômica”, disparou, em sua conta no “X”, o antigo Twitter.
“Desde abril venho defendendo a necessidade de alteração da meta fiscal, dentro de uma construção política, com diálogo e transparência. Sempre defendi um orçamento enxuto, exequível e realista, que dê previsibilidade à execução orçamentária. Isso passa também pela votação dos vetos ao arcabouço fiscal, que precisam ser apreciados com celeridade. Trata-se de uma fala brochante para a pauta econômica, que sofre resistências no Legislativo. Até porque o próprio atraso na votação da LDO ocorreu para dar a oportunidade para o governo federal realizar o convencimento acerca das propostas da equipe econômica. Estarei, como sempre, à disposição do Executivo para rediscutirmos os números reais da economia dentro da perspectiva de uma possível mudança na meta de resultado primário”, acrescentou Danilo Forte.
Trata-se de uma fala brochante para a pauta econômica, que sofre resistências no Legislativo. Até porque o próprio atraso na votação da LDO ocorreu para dar a oportunidade para o governo federal realizar o convencimento acerca das propostas da equipe econômica.
— Danilo Forte (@DepDaniloForte) October 27, 2023
Mais cedo, em café da manhã com jornalistas, Lula afirmou que não quer seguir um objetivo que o obrigue a começar o ano fazendo corte de bilhões em obras consideradas prioritárias pelo governo. “O que a gente puder fazer para cumprir a meta fiscal, a gente vai cumprir. O que eu posso te dizer é que ela não precisa ser zero. O país não precisa disso. Eu não vou estabelecer uma meta fiscal que me obrigue começar o ano fazendo corte de bilhões nas obras que são prioritárias para este país. Eu acho que, muitas vezes, o mercado é ganancioso demais e fica cobrando uma meta que ele sabe que não vai ser cumprida. Eu sei da disposição do [Fernando] Haddad, sei da vontade do Haddad. Sei da minha disposição, mas quero dizer para vocês que nós dificilmente chegaremos à meta zero, até porque eu não quero fazer cortes em investimento de obras”, declarou. O mandatário ainda avaliou que, se o governo terminar o ano com o déficit entre 0,25% 0,5%, haveria pouco impacto para o país. “Se o Brasil tiver um déficit de 0,5%, o que que é? De 0,25%, o que que é? Nada. Absolutamente nada. Então, nós vamos tomar a decisão correta e vamos fazer aquilo que for melhor para o Brasil”, complementou.
Fonte: Jovem Pan