O Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) adiou para esta quarta-feira, 18, a votação da resolução brasileira a respeito da guerra entre Israel e o grupo palestino Hamas. O órgão, que é a única instância internacional capaz de autorizar o uso legítimo da força em caso de ameaças à paz, ruptura da paz e atos de agressão rejeitou, nesta segunda-feira, 16, a proposta de resolução da Rússia sobre o conflito na Faixa de Gaza. Foram cinco votos a favor, quatro contra e seis abstenções. Os russos pedem um "cessar-fogo humanitário imediato, duradouro e plenamente respeitado" e um acesso humanitário "sem obstáculos" à região de Gaza. O documento sugerido por Moscou também condena "veementemente toda violência e hostilidades contra os civis e todos os atos de terrorismo", além de pedir a libertação de "todos os reféns" sob custódia do grupo islamita. No entanto, o nome 'Hamas' não é mencionado no texto. Os Estados Unidos, por sua vez, insistem que o Conselho condene explicitamente os "atos terroristas odiosos" do movimento palestino, que lançou uma ofensiva inédita sobre Israel em 7 de outubro.
A representação brasileira no conselho tentou costurar um texto que atendesse os membros permanentes. Na resolução, está a "condenação inequívoca" do Hamas por seus ataques a Israel, a libertação "imediata e incondicional" de todos os reféns civis, a revogação da ordem israelense para que civis e funcionários da ONU se desloquem para o sul de Gaza e pausas humanitárias para permitir o acesso à ajuda durante o conflito. Paralelamente, a diplomacia brasileira também pretende colocar em votação uma resolução determinando a criação de um corredor humanitário na Faixa de Gaza. No último final de semana, outra reunião do Conselho de Segurança da ONU não alcançou consenso neste ponto. Para que uma resolução seja aprovada, é preciso ter os votos de pelo menos 9 dos 15 membros do Conselho, incluindo os membros permanentes – Reino Unido, China, França, Rússia e Estados Unidos. Os países do conselho rotativo são: Albânia, Brasil, Equador, Gabão, Gana, Japão, Malta, Moçambique, Suíça e Emirados Árabes.
Em coletiva de imprensa nesta terça-feira, 17, o embaixador palestino na ONU, Riyad Mansour, defendeu que neste momento há a necessidade de um cessar-fogo imediato entre Israel e o Hamas na região da Faixa de Gaza e que a continuação da guerra significa a morte de mais palestinos. A apelação ganhou força após o ataque a um hospital localizado no centro de Gaza. aconteceu nesta terça-feira, 17, e deixou ao menos 300 mortos, segundo dados da Defesa Civil. O Ministério da Saúde, por sua vez, fala em 500 mortos. Os palestinos culpam Israel pelo ataque, que nega responsabilidade e aponta que o ato teria sido cometido pelo grupo Jihad Islâmica, que por sua vez também nega a autoria. O especialista em política externa, Alexandre , avalia que não há diplomacia suficiente capaz de interromper os ataques até que as ameaças sejam neutralizadas: “As opções são bastante limitadas enquanto Israel tiver um grupo terrorista como o Hamas morando na casa ao lado e em posse de quase 200 reféns israelenses”.
Fonte: Jovem Pan