O conflito entre Israel e o grupo Hamas chegou ao seu quinta dia nesta quarta-feira, 11, com intensificação dos ataques. O saldo desta guerra no Oriente Médio é, até o momento, de: mais de 2.200 mil mortos, mais de 260 mil refugiados interno, dezenas de edifícios residenciais destruídos, reféns sendo ameaçados de execução com transmissão ao vivo e um intensa crise humanitária na Faixa de Gaza. Nesta quarta, por exemplo, a energia na região foi cortada após a empresa de eletricidade encerrar os serviços depois de Israel ter desconectado o território da sua rede no sábado, 7, mesmo dia em que a guerra começou. A cada dia que passa, Israel intensifica os ataques na Faixa de Gaza, começando cada dia mais cedo, e as fumaças cinza geradas pelos bombardeios, tomam conta da região, assim como a destruição.
Há relatos de que a casa da família de Mohamed Deif, chefe das operações militares do Hamas, foi alvo da operação. O exército israelense afirma ter atingido 80 alvos do Hamas durante a noite. Um ataque israelense realizado nesta quarta, matou quatro socorristas do Crescente Vermelho palestino. Três membros da equipe morreram quando “a ocupação (Israel) atacou diretamente uma ambulância pertencente ao Crescente Vermelho palestino” no norte de Gaza, disse a ONG, acrescentando que outro socorrista também morreu em outro bombardeio na parte oriental do enclave. Aviões de guerra bombardearam hoje uma universidade islâmica na Faixa de Gaza, ligada ao movimento palestino Hamas,
Em Israel, foi registrado um massacre em Kfar Aza, perto de Sderot, no sul do país. Jornalistas que estiveram no local relataram que puderam ver cadáveres não só de moradores, mas também dos combatentes. Estima-se que cerca de 100 pessoas tenham sido mortas, incluído crianças e cerca de 40 bebês. Alguns deles foram decapitados. O ministro da Defesa israelense, Yoav Galant, deslocou-se a um kibutz vizinho, em Beeri, onde também ocorreu um massacre, e declarou: "Quem decapitar cidadãos, matar mulheres e sobreviventes do Holocausto será executado. Usaremos todos os meios, não haverá compromisso". Israel diz ter retomado o controle das comunidades ao redor da Faixa de Gaza. A coquista desencadeou em um cerco total na região, impedindo o ingresso de água, eletricidade, alimentação e gás. A medida foi criticada pela ONU, que disse se tratar de algo proibido pelo direito internacional humanitário e que essa ação coloca em perigo a vida de civis, privando-os de bens essenciais à sua sobrevivência, é proibida pelo direito internacional humanitário.
Como forma de melhor se preparar para esse confronto, classificado como o mais atentado a humanidade desde o 11 de setembro e a maior morte de judeus desde o Holocausto, o premiê Benjamin Netanyahu se juntou a oposição para formar um gabinete de guerra. O acordo indica que Benny Gantz, um dos líderes da oposição e ex-ministro da Defesa e ex-chefe do Estado-Maior do Exército, juntamente com o ex-ministro da Justiça Gideon Saar, outro ex-chefe do Estado-Maior do Exército; Gadi Eizenkot, e dois outros deputados integrarão o gabinete político e de segurança do governo durante a guerra, e estabelece que enquanto durar a guerra, não podem ser promovidos projetos de lei nem tomadas decisões governamentais que não estejam vinculadas ao conflito com as milícias. Essa junção, pode ser o ponto de partida para o lançamento de uma ofensiva terrestre. Israel promete que sejam os “maiores e mais severos” e garante que Gaza nunca mais será a mesma após essa guerra.
Ao mesmo tempo, em que ataca, Israel também se defende, porque o grupo hamas e a Jihad Islâmica segue atacando. Nesta quarta, os braços armados dos grupos palestinos Hamas e Jihad Islâmica afirmaram que lançaram ataques com foguetes contra o sul e o centro de Israel, e as sirenes de alerta soaram nas áreas israelenses próximas à Faixa de Gaza. As Brigadas Al-Quds, comandos da Jihad Islâmica, alegaram estar atacando as cidades israelenses de Tel Aviv, Ashdod e Ashkelon, assim como comunidades próximas à fronteira com Gaza, com “intensos bombardeios de foguetes”. Um hospital em Ashkelon relatou que foi atingido por um foguete disparado de Gaza. O braço armado do Hamas, as Brigadas Ezzedine Al-Qasam, informou que lançou um foguete em direção ao Aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv, mas as autoridades israelenses não relataram nenhum impacto no local.
A fronteira norte, divisão de Israel com o Líbano, também passa a ser um sinal de alerta, uma vez que foguetes tem sido lançados na região e o temor do Hezbollah, grupo extremista do Líbano, se envolver no conflito e os israelenses precisarem a lutar em duas frentes. O governo de Israel já começou a se preparar para essa possível ocorrência. Eles convocaram mais de 300 mil reservistas para a guerra e chegaram a disponibilizar aviões para facilitar a chegada desses cidadãos que vão ajudar na guerra. Diante do posicionamento de Israel e dos constantes bombardeios que tem sido registrados, o ex-chefe do Hamas, Khaled Meshaal, convocou protestos para sexta-feira, 13, em todo o mundo muçulmano em apoio aos palestinos e para que os povos dos países vizinhos se juntem à luta contra Israel. Segundo ele, este é um momento para aplicar as teorias da jihad. “Este é um momento de verdade e as fronteiras estão perto de vocês, todos vocês conhecem a sua responsabilidade. Para todos os estudiosos que ensinam a jihad… para todos que ensinam e aprendem, este é um momento para a aplicação (de teorias)”, disse em um comunicado emitido nesta quarta.
*Com agências internacionais
Jovem Pan